A destoar do consenso da maioria dos partidos estiveram o Chega, que votou contra - alegando que a obra artística em causa é «altamente politizada» e «agrada apenas a uma parte da sociedade» -, bem como o CDS, que se absteve, sob o argumento de que «faz mais sentido que sejam os cidadãos a promover esse reconhecimento».
Citando o texto da petição, onde se refere que «Adriano cantou Abril como poucos e deixou um legado como ninguém», o deputado António Filipe recordou-o como «um dos cantores mais significativos da música de intervenção portuguesa e da canção de Coimbra», realçando que o PCP «teve a honra de ter contado com Adriano como um dos seus».
A obra gravada do cantor estende-se por 19 singles e oito álbuns, a que se juntaram postumamente mais dois álbuns, nos quais cantou com a sua voz inigualável poetas portugueses e galegos.
«Adriano deixou um legado que faz com que, passados mais de 40 anos sobre o seu desaparecimento, continue a ser reconhecido como um dos nomes maiores da canção portuguesa da segunda metade do Século XX. Classificar a sua obra é um imperativo cultural de interesse nacional», concluiu António Filipe.