União Europeia pelo caminho errado
É o aprofundar do caminho neoliberalista, federalista e militarista da União Europeia (UE), com a salvaguarda dos interesses das multinacionais e dos monopólios em detrimento dos direitos e anseios dos trabalhadores e dos povos. Esta é a ideia central presente na avaliação do PCP aos relatórios Draghi, Letta e Niinistö, documentos que foram objecto, no dia 4, de debate de actualidade suscitado pela Iniciativa Liberal.
Desde logo a motivar a crítica da presidente do Grupo Parlamentar do PCP está o facto de Portugal, enquanto Estado soberano, não ter sido tido nem achado, e estar a ser arrastado para um projecto que «não serve o povo nem o País e que é contrário à nossa Constituição».
Detalhando razões, Paula Santos verberou em concreto a intenção de aumentar a concentração e poder das grandes potências da UE, a pretexto de criar escala nas empresas de sectores vistos como estratégicos.
«Um projecto ao serviço do grande capital e das multinacionais, que pretendem levar mais longe o caminho percorrido até aqui, de concentração de poder, de destruição da capacidade produtiva, privatizações e que significa para os povos injustiças e desigualdades, precariedade, pobreza», censurou a líder parlamentar comunista, que denunciou ainda estar em preparação o «aprofundamento do mercado de capitais», o «apoio à indústria do armamento», a «criação de impostos europeus» e a «criação de um instrumento de dívida comum que financie os objectivos da política da UE».
Em síntese, segundo Paula Santos, o caminho apontado nos relatórios é «mais exploração dos trabalhadores, mais ataques aos direitos e à estabilidade no trabalho, retirar soberania e poder de decisão aos Estados, liberalizar sectores estratégicos, aprofundar o papel dos capitais de risco na UE e prosseguir uma política de confrontação e escalada do militarismo».