PCP critica falta de investimento no Alentejo
A Direcção Regional do Alentejo do PCP criticou, entre outros aspectos, a falta de investimento, por parte do Governo, ao nível das infra-estruturas e do desenvolvimento regional. Esta consideração surge no seguimento de uma reunião de dia 22.
OE confirma falta de vontade do Governo para resolver problemas no Alentejo
Entre diversos outros aspectos, a Direcção Regional do Alentejo (DRA), considerou que, à semelhança do anterior Governo do PS, a prática do actual executivo do PSD e CDS confirma a «falta de vontade em enfrentar seriamente os problemas da região» e em efectivar as «infra-estruturas indispensáveis para a melhoria da qualidade de vida da população e para promoção do desenvolvimento» na região.
«As deslocações de governantes ao Alentejo têm-se pautado, à semelhança do que aconteceu com o anterior governo, pela propaganda e pelo sucessivo anúncio da realização de projectos que são continuamente adiados ou cuja concretização fica, no seu conteúdo, distante daquilo que são os interesses da região», lê-se numa nota de imprensa emitida pelo organismo comunista.
O mesmo se verifica, como afirma a DRA, com a proposta de Orçamento do Estado (OE) para 2025 que «ignora o Alentejo e os seus problemas», seja por «não dar resposta a problemas estruturais de âmbito nacional» – como os baixos salários e pensões ou como as questões ligadas à habitação, saúde e educação –, seja por optar «não inscrever no OE investimentos essenciais ao desenvolvimento da região».
Faltam infra-estruturas concretas
Em questões relativas à saúde, a DRA destaca como necessária a ampliação do Hospital Distrital de Beja, o necessário financiamento para a beneficiação geral dos centros de saúde e outras infra-estruturas hospitalares, como é o caso do Hospital Distrital de Portalegre e a conclusão do Hospital Central do Alentejo, em Évora.
Sobre a ferrovia, o organismo recorda os atrasos na electrificação e modernização da linha entre Casa Branca e Beja (cujo projecto continua a não incluir uma ligação ao aeroporto), a incerteza sobre reposição e modernização da linha entre Beja e Funcheira (essencial para uma ligação directa a Faro) e a desconsideração das reivindicações sobre o transporte de passageiros da linha Sines-Caia.
Ao nível da rodovia, a DRA afirma que as obras previstas não correspondem ao necessário e, mais uma vez, atrasam antigas e justas reivindicações, como são os casos da conclusão e requalificação do IP2, do IC33 e do necessário IP8.
Sobre o Aeroporto de Beja, o organismo reafirma as propostas do PCP para o seu aproveitamento e valorização enquanto aeroporto complementar ao novo Aeroporto de Lisboa.
Finalmente, sobre a gestão dos recursos hídricos, a DRA salienta a importância da criação de uma rede de infra-estruturas hidráulicas na região que seja capaz de oferecer uma resposta à ocorrência mais frequente e persistente de situações de seca e de escassez de água. São exemplos disto a concretização de perímetros de rega associados ao Alqueva e a construção da barragem Crato-Pisão, assim como um apoio às autarquias e o respeito pela sua autonomia na gestão do ciclo urbano de água.
Outras considerações
Na reunião de dia 22, a DRA reflectiu ainda sobre o processo de preparação do XXII Congresso do PCP na região, o desenvolvimento da acção nacional de contactos «Aumentar Salários e Pensões, por uma vida melhor». Avaliou os processos de luta dos trabalhadores e da população alentejana e analisou os mais recentes desenvolvimentos relativos ao projecto Évora_27, Capital Europeia da Cultura (questão já noticiada pelo Avante! da semana passada).