Atraso no Metrobus leva PCP a questionar Governo

No dia 20, o Grupo Parlamentar do PCP solicitou, na Assembleia da República (AR), um pedido de esclarecimento ao Governo sobre os atrasos verificados no serviço BRT (Metrobus) na cidade do Porto que, de acordo com as projecções iniciais, já deveria estar em funcionamento.

O concurso público dos veículos do Metrobus leva já quatro meses de atraso


Os eleitos comunistas questionaram, então, para quando está prevista a circulação de veículos adequados ao serviço do Metrobus, o porquê do atraso na entrada em funcionamento das viaturas e se, de facto, o Metro do Porto está a construir, como anunciado, nas instalações da Sociedade de Transportes Colectivos do Porto (STCP), um posto de produção e armazenagem de hidrogénio (gás essencial para o abastecimento destes veículos).

De acordo com o texto entregue na AR, o concurso público para a aquisição de viaturas destinadas a este serviço estipulava que até 28 de Junho «já tivessem sido entregues pelo menos oito veículos e que os restantes quatro chegariam até à data limite de 30 de Agosto. A nova perspectiva temporal aponta a entrega dos veículos apenas para «meados de 2025».

Comunistas exigem medidas urgentes para STCP
A Direcção da Organização Regional do Porto (DORP) do PCP também esteve reunida com o Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários Urbanos do Norte para avaliar a situação da STCP.

«A qualidade e fiabilidade do serviço prestado por esta empresa pública deve-se, em grande medida, ao empenhamento e dedicação dos seus trabalhadores», destaca em nota de imprensa a DORP, frisando que as «opções da administração da empresa e das câmaras municipais», que são accionistas da STCP, «ao longo dos anos, têm conduzido à degradação das condições de trabalho e do poder de compra dos trabalhadores».

Os comunistas referem-se, por exemplo, ao facto de «não haver actualizações salariais que compensem o aumento do custo de vida», o que quer dizer que «os trabalhadores da STCP empobrecem trabalhando». «Nos últimos dois anos, os dois primeiros escalões da tabela remuneratória foram já ultrapassados pelo Salário Mínimo Nacional (SMN), sendo que um motorista que entra para a STCP aufere o salário de 840 euros», informa o Partido.

Fruto destas opções, «a empresa está hoje confrontada com dificuldades de recrutamento e fixação de trabalhadores, designadamente de motoristas, havendo escalas diárias com défice de 80 a 100 motoristas, o que leva à supressão de serviços e fazendo com que carreiras com, em alguns períodos do dia, frequência de 15 minutos só tenham autocarro em intervalos de 30 ou 40 minutos», acrescentam os comunistas.

Já sobre a operação BRT, assegurada pela STCP, a DORP informou que o seu início acentuará os problemas da empresa, tendo em conta que os 12 veículos que já deveriam ter sido recepcionados estão previstos apenas para meados de 2025, tal como o recrutamento de novos motoristas. Apenas para o serviço BTR previsto para o troço entre a Casa da Música e a Praça do Império (ou o Castelo do Queijo) podem ser necessários mais de 30 motoristas.

O PCP reclama a garantia de respeito pelos direitos e a justa valorização destes trabalhadores, bem como a contratação dos motoristas em falta (cerca de 100) para responder à operação prevista.

 



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