O ministro principal do Estado de Kerala, no sul da Índia, Pinarayi Vijayan, considerou que a morte de Sitaram Yechuri deixa «um vazio insubstituível no movimento comunista e nas lutas populares». «Valorizo muito os momentos que partilhámos e a sua inigualável clareza ideológica, brilhantismo estratégico e dedicação à causa revolucionária», afirmou numa mensagem nas redes sociais. O governante, também membro do PCI(M), sublinhou que o legado de Yechury continuará a inspirar os revolucionários.

Sitaram Yechury nasceu em 1952 e estudou em Andhra Pradesh e em Delhi, tendo completado, na capital, na Universidade Jawaharlal Nehru, um mestrado em Economia. Juntou-se à Federação de Estudantes da Índia (SFI, na sigla inglesa) em 1974 e, no ano seguinte, ao PCI(M). Entre 1978 e 1986 foi secretário da SFI para toda a Índia. Entrou para o Comité Central do PCI(M) no XII Congresso, em 1985, tendo sido eleito para Secretariado Central no XIII Congresso, em 1988, e para o Bureau Político no XIV Congresso, em 1992.

Na Índia, Sitaram Yechury goza de grande respeito e admiração pela sua contribuição à luta pelo progresso social e económico do país e pelo seu apoio às causas justas. Causas como o fim do bloqueio a Cuba imposto pelos EUA e a exigência pela retirada da ilha caribenha da lista criada por Washington de supostos Estados «patrocinadores do terrorismo». E causas como a Palestina, tendo sido um leal defensor dos direitos dos palestinianos, com reiteradas exigências do imediato cessar do massacre e genocídio que Israel comete nos territórios ocupados pelas suas tropas, e denúncias do apoio de Washington ao plano de limpeza étnica de Telavive nos territórios palestinianos.

Mensagem do PCP ao PCI(M)

O Secretariado do Comité Central do Partido Comunista Português enviou, no dia 13, a seguinte mensagem ao Comité Central do Partido Comunista da Índia (Marxista):

«Queridos camaradas,

Ao tomar conhecimento do falecimento do camarada Sitaram Yechury, Secretário-Geral do PCI(M), transmitimos-vos as nossas mais sentidas condolências e os sentimentos de fraternal solidariedade, que tornamos extensivos à sua família. Ao fazê-lo lembramos a honrosa trajectória revolucionária do camarada Sitaram, ao serviço do seu partido e do seu povo. Sublinhamos igualmente o seu papel destacado e prestigiado no movimento comunista e revolucionário internacional e a sua empenhada contribuição, desde o primeiro momento, para o estabelecimento e fortalecimento das relações de amizade, cooperação e solidariedade internacionalista que ligam os nossos dois partidos.

O falecimento do camarada Sitaram ocorre num tempo particularmente exigente para a luta dos partidos comunistas e outras forças revolucionárias de todo o mundo e, em particular, para o Partido Comunista da India (Marxista), que enfrenta um governo profundamente reaccionário e anticomunista. Estamos, porém, certos de que os valores, ideais e projecto do PCI(M), aos quais o camarada Sitaram dedicou toda a sua vida, acabarão por triunfar.

Com os melhores votos para a corajosa luta dos comunistas indianos, enviamo-vos, queridos camaradas, as nossas fraternais saudações.»