Solidariedade com a Venezuela, mobilizar esforços contra o fascismo

A capital da República Bolivariana da Venezuela, Caracas, acolheu nos dias 10 e 11, o «Congresso Mundial contra o Fascismo, o Neofascismo e outras expressões similares». Tratou-se de uma grande acção de solidariedade com o povo venezuelano, que contou com mais de 1200 delegados nacionais e internacionais, de 95 países. Portugal contou com uma delegação com representantes da CGTP-IN, da Associação Amizade Portugal-Cuba, da Associação Conquistas da Revolução, do MDM, do CPPC, da JCP e do PCP.

O evento teve grande centralidade na denúncia da prolongada acção de ingerência no país, que mobiliza os sectores mais reacionários e de extrema-direita fascista, que ao longo de mais de duas décadas, servis à política dos EUA (com o conluio da UE), têm levado a cabo a desestabilização do país, a guerra económica, a violência e terror nas ruas e acções golpistas – algumas com o reconhecimento do Estado Português.

Acções estas que têm sido derrotadas quer nas urnas (com a vitória de 29 em 31 actos eleitorais do Grande Polo Patriótico, em 25 anos), quer nas ruas, com fortes mobilizações populares, cimentadas na União Cívico-Militar, e na resposta com forte envolvimento das comunidades, a problemas concretos das populações (veja-se o exemplo da “Misión Vivienda”, que terá entregue já cinco milhões de casas a famílias). Nas eleições presidenciais de 28 de Julho, ocorreram acções desta natureza, que foram denunciadas no Congresso, entre outros, pelo próprio presidente Nicolas Maduro.

Para lá da conhecida estratégia de dita “oposição”, de integrar um acto eleitoral desconhecendo todo o processo, o verdadeiro objectivo, aí denunciado, era levar a cabo um golpe, executado a partir do fim do dia eleitoral. Desse plano, fazia parte impossibilitar o anúncio de qualquer resultado por via do ataque cibernético que teve lugar, um apagão, mobilizando, particularmente sobre Caracas, os chamados “comanditos” – grupos de delinquentes e mercenários armados –, que, ocupando pontos estratégicos, lançariam o caos para fazer acordar a capital num banho de sangue (a que Guaidó terá aludido antes das eleições), procurando dividir e mobilizar parte das Forças Armadas para o golpe, que seria reconhecido pelos que há muito interferem no país.

A resposta terá possibilitado superar parte do que estava planeado quase no imediato e conter, em apenas 48 horas, as acções violentas – das quais resultaram, ainda assim, 27 mortos, entre os quais líderes sociais e militares. Para este desfecho foi determinante a mobilização popular no quadro da União Cívico-Militar.

O papel das redes sociais na disseminação do ódio e no incitamento à violência foi também abordado no Congresso. Na Venezuela, revelou-se, convergem variadas práticas e estratégias do imperialismo, recuperando o fascismo como instrumento de supressão da vontade e interesses dos povos, que se identifica em variados países pelo mundo, com expressões e dimensões diversas, mas a que em todos eles há que dar combate. Foi também esse um dos temas do congresso: no quadro da solidariedade internacionalista, mobilizar forças contra o fascismo e as suas causas de fundo em cada país, dando combate às desigualdades, à exploração, afirmando a paz e cooperação entre os povos.



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