Cuba e apoio internacional vencerão bloqueio dos EUA
O criminoso e ilegal bloqueio EUA contra Cuba é a causa fundamental das dificuldades das famílias da ilha, o que será denunciado contundentemente na Assembleia Geral da ONU, reiterou o governo cubano.
As sanções norte-americanas causaram a Cuba, no último ano, perdas de mais de cinco mil milhões de dólares
O ministro dos Negócios Estrangeiros de Cuba, Bruno Rodríguez, apresentou na semana passada, em Havana, perante a imprensa nacional e estrangeira, o mais actualizado relatório sobre os efeitos do cerco norte-americano. O bloqueio é «absoluto, repressivo e brutal, mas será vencido com a resistência e criatividade do próprio povo cubano e com o crescente apoio internacional a Cuba», assegurou o dirigente.
Explicou que o governo cubano trabalha intensamente para ultrapassar as dificuldades impostas e tornar mais eficaz a sua gestão económica, apesar dos numerosos obstáculos e do acosso permanente à entidades e operações financeiras nacionais.
Qualificou de mentira a afirmação de Washington de que essa política de bloqueio pretende «ajudar» o povo da ilha caribenha, revelou que ela prejudica também interesses de empresas dos EUA e elogiou o apoio exterior à causa de Cuba, de que são sinais evidentes os apelos crescentes no seio da própria sociedade norte-americana para que se ponha fim às medidas coercivas e à vinculação, falsa, da ilha com o terrorismo internacional.
Cuba «não está só no enfrentamento a esse cerco multidimensional», realçou Bruno Rodríguez, lembrando que desde 1992 a comunidade internacional, representada pela ONU, tem ratificado a rejeição dessa política, reforçada a níveis sem precedentes durante o impacto da pandemia de COVID-19.
O documento agora apresentado pelo governante cubano aos jornalistas em Havana, e que será submetido em Outubro à Assembleia Geral das Nações Unidas, confirma o crescimento do movimento internacional pela exigência do fim do bloqueio e pela retirada de Cuba da lista unilateral de Estados patrocinadores do terrorismo elaborada por Washington.
Cinco mil milhões de dólares de perdas
Segundo o relatório elaborado pelo governo de Cuba e entregue às Nações Unidas, os prejuízos causados pelo bloqueio e as sanções unilaterais dos EUA contra a ilha, entre Março de 2023 e Fevereiro de 2024, resultaram em perdas de cerca de 421 milhões de dólares por mês, ou seja, mais de cinco mil milhões de dólares anuais.
«De 1 de Março de 2023 até 29 de Fevereiro de 2024, o bloqueio causou danos e prejuízos a Cuba estimados na ordem dos cinco mil, cinquenta e seis vírgula oito milhões de dólares, o que representa um aumento de 189,8 milhões em relação à quantia reportada no relatório anterior», informa o documento.
Desde os anos 90, Havana apresenta anualmente às Nações Unidas um relatório, intitulado «Necessidade de pôr fim ao bloqueio económico, comercial e financeiro imposto pelos EUA contra Cuba», com o objectivo de os países do mundo se pronunciarem sobre o criminoso bloqueio.
No ano passado, na Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque, 187 países apoiaram a resolução de eliminar as sanções contra Cuba. Apenas dois países (EUA e Israel) votaram contra e um (Ucrânia) absteve-se.