Reforçar a luta e organização são objectivos da CGTP-IN

O Plenário de Sindicatos da CGTP-IN reuniu, no dia 12, em Lisboa, e aprovou uma resolução onde analisou a situação actual e definiu objectivos a serem seguidos pela Inter.

É preciso garantir intervenção em 2000 locais de trabalho onde esta não exista

«Aumentar salários. Garantir direitos. Reforçar a organização, intensificar a luta, resistir à ofensiva!», pode ler-se como título do documento, aprovado pelas centenas de dirigentes, delegados e activistas sindicais presentes na reunião.

Palavras-de-ordem que marcaram a análise que o plenário fez da actual situação nacional: o aprofundamento dos «escandalosos lucros» do capital em cima da exploração e das desigualdades sociais; uma política fiscal a favor dos grupos económicos; a degradação dos serviços públicos; o favorecimento da especulação imobiliária contra o direito à habitação; ou a estagnação dos já baixos salários, o agravamento da precariedade e desregulação dos horários ou o bloqueio à negociação e contratação colectivas.

A par desta situação, apontou o plenário, encontramos um Governo AD com muitos anúncios, mas que não se afasta do rumo de favorecimento dos interesses dos grupos económicos e das multinacionais.

Unidade dos trabalhadores
«Perante esta ofensiva», pode ler-se na resolução, «é essencial a unidade na acção a partir dos locais de trabalho, na base dos interesses de classe dos trabalhadores, combater o individualismo, identificar os problemas e as reivindicações comuns, adoptar formas de solidariedade entre todos e garantir a sua participação activa nos processos reivindicativos e de luta».

Neste sentido, o plenário apontou como prioridades o reforço da acção sindical(designadamente pela sindicalização e eleição de delegados sindicais e representantes para a segurança e saúde), bem como a mobilização de toda a estrutura sindical e a concretização do objectivo (definido no último Congresso da CGTP-IN) de garantir intervenção e organização em 2000 empresas, locais de trabalho e serviços onde não exista.

A luta continua
O plenário saudou, ainda, todos quantos participaram na Semana de Esclarecimento, Acção e Luta (de 20 a 27 de Junho), com as suas centenas de plenários, greves e outras iniciativas, bem como as lutas em curso ou já agendadas.

A central destacou, também, os resultados destas acções, tanto no que respeita a aumentos salariais, como na defesa, manutenção e melhoria de direitos e condições de trabalho.

Paz e situação internacional
No que toca às eleições para o Parlamento Europeu, o plenário considerou que estas mantiveram o «núcleo central de onde emanam as orientações da UE, na sua lógica neoliberal, federalista e militarista».

A Inter avaliou, ainda, a actual instabilidade da situação internacional e os perigos que acarreta, apontando a necessidade de se continuar a luta em defesa da paz, do progresso social, da soberania e do desenvolvimento nacional.

 

Reivindicações que exigem resposta

• Aumentar todos os salários em, pelo menos, 15 por cento, não inferior a 150 euros

• Valorizar carreiras e profissões

• Fixar o SMN em 1000 euros já em 2024

• Repor o direito de contratação colectiva

• Revogar as normas gravosas da legislação laboral

• 35 horas para todos e pôr fim à desregulação dos horários

• Combater a precariedade

• Aumentar significativamente as pensões e reformas

• Reforçar o investimento nos serviços públicos e funções sociais do Estado

 



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