África do Sul: ANC em primeiro lugar

Nas elei­ções na­ci­o­nais e pro­vin­ciais na África do Sul, re­a­li­zadas a 29 de Maio, o ANC ob­teve 40 por cento dos votos, con­ti­nu­ando a ser a maior força po­lí­tica do país. Pro­cura agora formar um go­verno que possa dar res­posta aos pro­blemas e an­seios do povo sul-afri­cano.

ANC con­tinua a ser a força po­lí­tica mais vo­tada e tra­balha numa so­lução go­ver­na­tiva

Tendo sido «li­vres, justas e pa­cí­ficas», as elei­ções na África do Sul re­pre­sentam uma vi­tória para a de­mo­cracia, afirmou o pre­si­dente Cyril Ra­maphosa. «Este é o mo­mento de todos pormos a África do Sul em pri­meiro lugar», re­alçou.

O Con­gresso Na­ci­onal Afri­cano (ANC) venceu nas urnas, mas perdeu a mai­oria ab­so­luta de que dis­punha desde as pri­meiras elei­ções de­mo­crá­ticas, em 1994. Se­gundo a Co­missão Elei­toral In­de­pen­dente, o par­tido ven­cedor, o ANC, ob­teve 40,1 por cento dos votos, con­quis­tando 159 dos 400 lu­gares da As­sem­bleia Na­ci­onal.

Em se­gundo lugar ficou a Ali­ança De­mo­crá­tica (DA), de di­reita, com 87 de­pu­tados (21,8 por cento), con­ti­nu­ando a ser o par­tido mais vo­tado na pro­víncia do Cabo Oci­dental.

Dis­si­dência do ANC, o novo uMkhonto we Sizwe (MK) é a ter­ceira força na­ci­onal, com 14,6 por cento dos votos e 58 as­sentos no par­la­mento. Ga­nhou na pro­víncia de Kwa­Zulu-Natal, com 45 por cento dos votos. Já os Com­ba­tentes da Li­ber­dade Eco­nó­mica (EFF) con­se­guiram 39 as­sentos (com 9,5 por cento dos votos). Em quinta po­sição ficou o Par­tido da Li­ber­dade Inkhatha (IFP), que ga­rantiu 17 de­pu­tados.

Uma vez ins­ta­lado o novo par­la­mento, os de­pu­tados pro­ce­derão até fi­nais de Junho à eleição do chefe do Es­tado.

Re­flectir e avançar

«O ANC emerge destas elei­ções com um man­dato firme para con­ti­nuar o tra­balho para re­cons­truir a eco­nomia, criar em­pregos, acabar com a cor­rupção, com­bater o ele­vado custo de vida e con­ti­nuar a trans­for­mação da eco­nomia e da so­ci­e­dade», de­clarou o se­cre­tário-geral do par­tido, Fi­kile Mba­lula.

«Em­bora existam vá­rios fac­tores que con­tri­buíram para o de­clínio do apoio», os re­sul­tados elei­to­rais «en­viam uma men­sagem clara ao ANC» e «que­remos as­se­gurar ao povo da África do Sul que o ou­vimos, ou­vimos as suas pre­o­cu­pa­ções, as suas frus­tra­ções e a sua in­sa­tis­fação», des­tacou. O ANC, ga­rantiu, está em­pe­nhado na for­mação de «um go­verno que re­flicta a von­tade do povo, que seja es­tável e que seja capaz de go­vernar efi­caz­mente».

O ANC ini­ciou dis­cus­sões in­ternas e com «partes in­te­res­sadas na me­lhor forma de es­ta­be­lecer go­vernos na­ci­o­nais e pro­vin­ciais que re­flictam a von­tade do povo e que sejam ca­pazes de levar o país para di­ante».

O Par­tido Co­mu­nista Sul-Afri­cano, que à hora do fecho da nossa edição re­a­li­zava uma reu­nião do seu Bu­reau Po­lí­tico alar­gada aos se­cre­tá­rios e pre­si­dentes pro­vin­ciais, en­contra-se em­pe­nhado em re­solver a «questão ime­diata dos acordos de co­li­gação». Con­cluído esse pro­cesso, se­guir-se-á a «ava­li­ação apro­fun­dada dos re­sul­tados, con­si­de­rando todos os as­pectos», es­tando pre­vista a re­a­li­zação de uma reu­nião do Co­mité Cen­tral até final deste mês.

O PC da África do Sul fez cam­panha pelo ANC no âm­bito da ali­ança que mantêm desde há dé­cadas, das suas re­a­li­za­ções co­lec­tivas, dos com­pro­missos de re­con­fi­gu­ração e do ma­ni­festo elei­toral, para o qual foi con­sul­tado.

 



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