Em vez de paz, EUA e NATO promovem escalada da guerra

De­pois do for­ne­ci­mento de mi­lhares de mi­lhões de dó­lares em armas a Kiev e da ameaça do envio de tropas de países da NATO para com­bater na Ucrânia, é agora as­su­mi­da­mente anun­ciada a per­missão dos EUA e seus ali­ados para que o exér­cito ucra­niano con­tinue a usar mís­seis oci­den­tais em ata­ques contra a Rússia.

O povo e o País «pre­cisam de quem trave a luta pela paz, pela so­li­da­ri­e­dade e pela co­o­pe­ração» contra a po­lí­tica de con­fron­tação e guerra

A Rússia alertou os EUA para as graves con­sequên­cias no caso de o seu ter­ri­tório ser ata­cado, anun­ciou na se­gunda-feira, 3, em Mos­covo, o vice-mi­nistro de As­suntos Ex­te­ri­ores russo, Ser­guéi Ri­abkov. A de­cla­ração surge após a anun­ciada au­to­ri­zação do pre­si­dente dos EUA, Joe Biden, para que Kiev uti­lize armas norte-ame­ri­canas para ata­ques na Rússia.

«Que­remos ad­vertir os res­pon­sá­veis norte-ame­ri­canos para de­ci­sões que podem ter con­sequên­cias fa­tais. Por ra­zões des­co­nhe­cidas su­bes­timam a gra­vi­dade da res­posta que podem re­ceber», as­se­verou Ri­abkov. No que se re­fere aos ata­ques contra os sis­temas russos de alerta pre­coce de ataque nu­clear por parte da Ucrânia, com uti­li­zação de armas norte-ame­ri­canas, Ri­abkov alertou para as res­postas que daí po­derão advir.

O De­par­ta­mento de Es­tado norte-ame­ri­cano de­clarou antes que Biden au­to­rizou pu­bli­ca­mente a Ucrânia a uti­lizar ar­ma­mento dos EUA contra ob­jec­tivos em ter­ri­tório russo, no que foi de ime­diato se­guido por al­guns dos países que per­tencem à NATO.

Ali­nha­mento e su­bor­di­nação

Por­tugal foi um dos países que ra­pi­da­mente se pôs ao lado dos EUA em mais esta es­ca­lada. De­pois de re­ceber Vo­lo­dimir Ze­lensky e pro­meter-lhe 126 mi­lhões de euros em ar­ma­mento, o Go­verno fez saber, pela voz do mi­nistro dos Ne­gó­cios Es­tran­geiros, Paulo Rangel, que apoiava a de­cisão norte-ame­ri­cana.

Atre­lando de novo Por­tugal à po­lí­tica be­li­cista dos EUA e da NATO, o go­ver­nante por­tu­guês omite todo o per­curso que con­duziu à ac­tual si­tu­ação na Ucrânia: o alar­ga­mento da NATO (des­res­pei­tando com­pro­missos as­su­midos) e a ins­ta­lação de meios mi­li­tares cada vez mais pró­ximo das fron­teiras da Rússia; o aban­dono uni­la­teral dos EUA de im­por­tantes acordos de de­sa­nu­vi­a­mento e de­sar­ma­mento; os fre­quentes e cada vez mai­ores exer­cí­cios mi­li­tares da NATO no Leste da Eu­ropa; o golpe de Es­tado na Ucrânia em 2014 e a pro­moção de um poder fas­ci­zante e xe­nó­fobo que de­sen­ca­deou a guerra contra uma grande parte da po­pu­lação ucra­niana; a aposta no in­cre­mento do mi­li­ta­rismo em 2021, após a eleição de Biden nos EUA; a in­ter­venção mi­litar da Rússia em 2022; ou o boi­cote a acordos e ini­ci­a­tivas de paz e fo­mento da es­ca­lada ar­ma­men­tista por parte dos EUA, da NATO e da UE.

Sempre pela Paz
No co­mício de Lisboa, no sá­bado, João Oli­veira ga­rantiu que o povo e o País «pre­cisam de quem trave a luta pela paz, pela so­li­da­ri­e­dade e pela co­o­pe­ração», contra a po­lí­tica de con­fron­tação e guerra; contra a cor­rida aos ar­ma­mentos e o ne­gócio mi­li­o­nário das armas; contra a mi­li­ta­ri­zação da União Eu­ro­peia e o desvio de fundos de co­esão para o mi­li­ta­rismo.

Aquilo que serve os povos, re­a­firmou o can­di­dato da CDU, é a «po­lí­tica da paz, da so­lução pa­cí­fica dos con­flitos, do res­peito pelo di­reito in­ter­na­ci­onal e pelos prin­cí­pios da Carta das Na­ções Unidas», po­lí­ticas de co­o­pe­ração e so­li­da­ri­e­dade que per­mitam «dar res­posta aos pro­blemas con­juntos que os povos atra­vessam».

Ao mesmo tempo que PS e PSD e CDS se en­tu­si­asmam como be­li­cis­moda NATO, a IL e o Chega não se opõem ao envio de tropas por­tu­guesas para a Ucrânia, e BE e Livre se en­redam nas con­tra­di­ções entre um dis­curso de dis­tan­ci­a­mento da NATO e de de­fesa da con­ti­nu­ação da guerra e da mi­li­ta­ri­za­çãoda UE (que, na re­a­li­dade, se cons­titui como o pilar eu­ropeu da NATO), as forças que com­põem a CDU são as que de forma co­e­rente e com­ba­tiva re­jeitam a po­lí­tica de con­fron­tação e guerra e se batem em de­fesa da paz e pela so­lução po­lí­tica deste e dou­tros con­flitos in­ter­na­ci­o­nais.

 



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