China denuncia deterioração dos direitos humanos nos EUA

A deterioração da situação dos direitos humanos nos EUA é evidenciada em Pequim, num relatório divulgado em finais de Maio pelo Gabinete de Informação do Conselho de Estado da China.

Nos EUA, os direitos humanos estão cada vez mais polarizados: enquanto uma minoria governante exerce o domínio político, económico e social, a maioria das pessoas comuns está cada vez mais marginalizada e os seus direitos e liberdades básicas são ignorados – destaca o documento. São, assim, essencialmente um privilégio de que só desfrutam uns poucos.

Os partidos Democrata e Republicano, refere-se, continuam a manipular as eleições e a redefinição de círculos eleitorais, além de distorcerem a opinião pública, em favor dos seus próprios interesses. Uns assombrosos 76 por cento dos norte-americanos acredita que o seu país vai por um caminho errado, constata o texto, enfatizando que os cidadãos «estão extremamente decepcionados com o governo federal e a política em todos os níveis».

Os EUA, recorda o relatório, recusaram-se a assinar o Pacto Internacional de Direitos Económicos, Sociais e Culturais, ao mesmo tempo que, no país, a crescente desigualdade económica e social torna a vida extremamente difícil para os pobres e as minorias étnicas, que enfrentam além disso uma discriminação racial sistemática, pois persiste a «doença crónica do racismo».

Violência, pobreza e discriminação
ó no ano passado, houve nos EUA pelo menos 654 tiroteios massivos e aproximadamente 43 mil pessoas morreram por causa da violência armada, uma média de 117 mortes por dia, precisa o relatório, assinalando que as políticas governamentais para fazer face a esse flagelo são ineficazes.

As mortes por brutalidade policial alcançaram um nível recorde, contabilizando-se em 2023 pelo menos 1247, o que evidencia que o sistema de prestação de contas da polícia é praticamente inexistente.

Por outro lado, um resumo do documento divulgado pela agência noticiosa Xinhua sublinha que o encarceramento massivo e o trabalho forçado convertem os EUA num «país prisão», pois embora acolha apenas cinco por cento da população mundial detém 25 por cento dos presos de todo o mundo.

O relatório chinês alude também ao facto de o governo norte-americano abusar do seu poder para controlar a privacidade dos cidadãos, suprimindo a liberdade de expressão.

Ao mesmo tempo, um número crescente de Estados federados norte-americanos aprovou leis que proíbem as escolas públicas de utilizar materiais e livros educativos que abordem temas específicos como etnia, história e género, e o número de professores castigados ou despedidos por falar e expressar-se nos campos universitários alcançou o máximo em 20 anos.

O documento confirma ainda que a famigerada prisão de Guantánamo, que viola gravemente os direitos humanos, continua em funcionamento e que as prolongadas sanções unilaterais impostas por Washington a diferentes países causam graves consequências humanitárias.

 



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