CDU propõe aumento geral e significativo de todos os salários
«O aumento geral e significativo de todos os salários», de 15 por cento, num mínimo de 150 euros, «é a medida mais estruturante e determinante para a melhoria das condições de vida», assegurou o Secretário-Geral do PCP.
«A questão dos salários é absolutamente importante e central nos nossos dias»
Lisboa
A afirmação foi proferida anteontem na sessão «Aumento geral dos salários e do salário mínimo nacional (SMN): emergência nacional», que se realizou na Caixa Económica Operária, em Lisboa, por ocasião dos 50 anos da criação do SMN. Esta é a medida que «garante o salto qualitativo, o desenvolvimento e o crescimento económico que o País precisa», que «responde à desvalorização das últimas décadas e aos elevados níveis de inflação que se verificam» e dá «combate», desde logo, «aos 200 mil trabalhadores que trabalham todos os dias e vivem na pobreza devido aos baixos salários», responsáveis «da pobreza infantil», assegurou Paulo Raimundo. A medida «não só reforça a Segurança Social, como é garantia que salários mais altos hoje são reformas mais altas amanhã», acrescentou.
ZF Safe Life, Ponte de Lima
Perante a plateia, o dirigente comunista frisou que o aumento dos salários da Administração Pública e do SMN para os 1000 euros, em 2024, «só depende do Governo», tal como «revogar as normas gravosas da legislação laboral». Sobre a opção de baixar o IRC dos actuais 18,9 por cento, abaixo da taxa nominal e da dita taxa estatutária máxima, bem como acabar com a progressividade da derrama estatual, Paulo Raimundo acusou o novo Governo PSD-CDS de só estar «a beneficiar as maiores empresas» e aumentar «ainda mais a injustiça fiscal».
Compromisso com os trabalhadores
João Oliveira, primeiro candidato às eleições para o Parlamento Europeu (PE), acentuou o facto de a CDU ser «uma força de intervenção ímpar em defesa dos trabalhadores, dos seus direitos, anseios e aspirações». «Nada do que diz respeito aos trabalhadores passou ao lado dos deputados eleitos pela CDU. É esse o compromisso que aqui reafirmamos, de continuar a lutar no PE pela valorização do trabalho e dos trabalhadores», vincou.
Sonae, Azambuja
Na mesa estiveram também Francisco Lopes, dos Organismos Executivos do Comité Central (CC) do PCP (que moderou os trabalhos), Laura Nunes, da JCP, Teresa Chaveiro, do CC do PCP, Isabel Cristina, Coordenadora da Federação de Sindicatos do Sector Têxtil, Vestuário e Calçado e candidata da CDU ao PE.
Guimarães
Guimarães
No dia 24, em Guimarães os salários e outras questões ligadas ao mundo laboral voltaram a estar em destaque num comício realizado no Largo do Toural, onde intervieram os candidatos, Mariana Silva, Vítor Rodrigues e João Oliveira, que referiu que foi no PE que se encontraram os deputados da CDU a «intervir activamente na discussão da proposta da Directiva denominada “Os salários mínimos adequados na UE”, denunciando os seus efeitos na perpetuação dos modelos de baixos salários em países como Portugal.
Relatos de classe
«50 anos depois, os trabalhadores do sector têxtil, vestuário e calçado continuam a auferir pouco mais do que SMN, por 40 horas de trabalho e com ritmos de trabalho ainda mais intensos».
Isabel Cristina
«Trabalho há 18 anos na empresa Pingo Doce (…), onde estão os senhores do capital, que continuam a arrecadar milhões em lucros, à custa dos baixos salários».
Sandra Valverde
«As expectativas de um emprego estável e de salários dignos foram defraudadas. Emigrar continua a ser a única opção».
Sara Cal, professora auxiliar convidada, bolseira
«Foi graças à luta que o aumento do SMN avançou, ainda que aquém do necessário».
Orlando Almeida, técnico superior da Administração Pública
«Trabalho há 22 anos como empregada de balcão para a multinacional Eurest e recebo o SMN, assim como grande parte dos meus colegas de trabalho – cerca de três mil».
Joana Jesus
«A evolução do SMN que se verificou nos últimos anos, para além de insuficiente, não foi acompanhada pela evolução dos salários médios».
Hélder Pires, engenheiro químico