«Basta de injustiças» na Madeira e no Porto Santo
A CDU entregou, sexta-feira, a lista de candidatos às próximas Eleições Legislativas Regionais da Madeira, composta por pessoas com provas dadas no compromisso social e político em defesa das populações e dos trabalhadores.
«A população não quer mais do mesmo»
A lista (com 47 efectivos e 47 suplentes) é encabeçada por Edgar Silva (61 anos, professor), seguindo-se os nomes de Ricardo Lume (40 anos, estivador), Maria José Afonseca (65 anos, escriturária), Herlanda Amado (44 anos, operária fabril) e Duarte Martins (29 anos, empregado).
Entre os primeiros dez candidatos estão os nomes de Marco Fernandes (54 anos, agente imobiliário), Maria Isabel Silva (71 anos, auxiliar de serviços médicos), António Monteiro (70 anos, técnico de telecomunicações), Artur Andrade (69 anos, advogado) e Tânia Gonçalves (44 anos, assistente operacional).
Junto ao Tribunal do Funchal [onde foi entregue a lista], Sílvia Vasconcelos, Mandatária Regional, afirmou que aquela é uma candidatura «sem telhados de vidro», (…) consequente, de pessoas que não desistem, que são persistentes e que não baixam os braços às lutas e desafios que se impõem nos nossos dias». «Esta equipa não começou ontem na política, como algumas forças por aí emergentes. Tem dado provas de luta contra as demasiadas injustiças e desigualdades que persistem entre nós», salientou, frisando que a Região Autónoma da Madeira (RAM) «precisa de uma alternativa e não de uma alternância política, em que muda um partido, mas a política é a mesma».
Sílvia Vasconcelos apelou, por isso, ao reforço da CDU, para que as «coisas mudem, para que a política e a forma de fazer política mude na Região». «A população não quer mais do mesmo, pobres cada vez mais pobres e políticos a enriquecer com a política», apontou, assegurando que a CDU «é uma força que se distingue de todos e tem mesmo uma matriz identitária: sempre ao lado de quem precisa, dos mais desfavorecidos e de quem trabalha», todos os dias do ano. «Quando se fala de corrupção na política, podem vasculhar à vontade, não há um único [caso] que seja da CDU – porque não é verdade que os políticos sejam todos iguais. Os da CDU distinguem-se na honestidade, na seriedade, na competência e no trabalho», reforçou a Mandatária, acrescentando: «Votar na CDU é romper com a política de corrupção, interesses de uns poucos, de amiguismos e nepotismo e até perseguições políticas aos opositores, que tem vingado na RAM há 48 anos».
Edgar Silva disse que o objectivo da candidatura é combater as injustiças e as desigualdades sociais, que considera terem crescido na RAM. «De todo o País, somos a zona onde as desigualdades sociais e as grandes injustiças mais têm aumentado, onde elas são mais graves, e a CDU é, nesta candidatura, quem se apresenta com a força de combate à exploração, às injustiças sociais», afirmou.
Recorde-se que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, dissolveu o Parlamento da Madeira e convocou eleições antecipadas para 26 de Maio na sequência da crise política motivada pelo processo que investiga suspeitas de corrupção no arquipélago.
Esgotos a céu aberto
No sábado, 13, Edgar Silva esteve no Garricho, uma das muitas localidades da Região da Madeira onde continuam a existir esgotos a céu aberto.
«A existência de milhares de pessoas que na ilha da Madeira vivem expostas a tão intoleráveis problemas de saúde pública, sem rede de saneamento básico, é o resultado de um tratamento injusto e desigual na aplicação dos dinheiros públicos», alertou o primeiro candidato da CDU, responsabilizando os governos do PSD/CDS na Região por este «estado de subdesenvolvimento crónico». «Não podemos permitir que, por mais tempo, este estado de subdesenvolvimento continue na Madeira», sublinhou.
Abismos sociais
O mesmo acontece em Castanheiro e Relojoeiro, na Freguesia de São Martinho, bem perto da zona turística do Funchal, como foi denunciado, no domingo, por Edgar Silva. «Aqui, e em tantas outras localidades, acentuam-se abismos sociais porque prevalecem erradas opções do desenvolvimento regional», acusou. Ali, alertou ainda para a falta de um acesso rodoviário, o que leva a que as pessoas estejam «prisioneiras em suas casas, sobretudo as mais idosas». «Perante estas realidades, importa dizer basta de injustiças», apelou Edgar Silva.