MURPI exige aumento das pensões em 7,5 por cento com um mínimo de 70 euros
A Confederação Nacional de Reformados, pensionistas e Idosos – MURPI considera que o programa do Governo não tem «propostas claras» no que concerne à reposição do poder de compra de todas as pensões, especialmente as que estão abaixo do limiar da pobreza, que não poderão ser combatidas, nem invertidas por via do Complemento Solidário.
Em comunicado de 11 de Abril, o MURPI reafirma que em 2024 «deverá ser satisfeita» a sua proposta, plasmada no seu Caderno Reivindicativo [já enviado ao primeiro-ministro, à ministra do Trabalho e da Segurança Social e à ministra da Saúde], de garantir um aumento de 7,5 por cento com um mínimo de 70 euros, valor que «vai para lá do cumprimento da actual legislação», que continua a ser muito «aquém da necessidade de reposição do poder de compra perdido nos últimos anos face ao brutal aumento do custo dos bens essenciais e das despesas com a saúde e a habitação, que tem “sugado” todo o rendimento das reformas e pensões».
Recorda-se, ainda, que a Segurança Social, no que confere ao regime contributivo, tem vindo a ter saldos significativos e os maiores excedentes dos últimos anos. «O Governo vem criar alarmismo sobre a sustentabilidade da Segurança Social fundada não em factos objectivos, mas na tentativa de levar por diante um velho projecto, que conhecemos de entrega das contribuições aos fundos privados de pensões, erigida numa liberdade de escolha na poupança para a reforma, que fora de um sistema público é uma falsidade e uma miragem», alerta o MURPI.
Reforçar o SNS
Outra reivindicação passa peloreforço do Serviço Nacional de Saúde (SNS), «não apenas para tratar a doença», mas «para cumprir os seus amplos objectivos na promoção da saúde dos mais idosos, com direito a médico e enfermeiro de família, consultas de especialidade, a par do incremento da saúde mental com especial atenção à prevenção e tratamento das demências».
«Não serão as parcerias com o sector privado e com o sector social que corresponderão estruturalmente a uma política de envelhecimento que promova o direito à saúde de todos os reformados, pensionistas e idosos, que são uma parte importante da população portuguesa», sublinha a Confederação.