Pessoas com deficiência apresentam propostas na AR
A Confederação Nacional dos Organismos de Deficientes e a Associação Portuguesa de Deficientes entregaram na Assembleia da República (AR) um conjunto de reivindicações para serem contemplados no Orçamento do Estado para 2024.
Muitas pessoas com deficiência vivem em situação de pobreza
A entrega dos contributos foi precedida, sexta-feira, de uma concentração à porta da AR, que, para além da CNOD e da APD, contou com a presença da Associação Nacional de Deficientes Sinistrados do Trabalho e da Associação de Diabéticos da Zona Centro. No local, Paula Santos, presidente do Grupo Parlamentar do PCP, ouviu as suas reivindicações mais prementes.
As medidasvão desde o associativismo ao desporto, passando pela antecipação da idade da reforma, fiscalidade, educação, saúde, produtos de apoio, habitação, mobilidade e transportes e acessibilidades.
A CNOD propõe, por exemplo, na área da Segurança Social, equiparar a componente base da Prestação Social de Inclusão (PSI) ao Indexante de Apoios Sociais (IAS); aumentar o limiar de acumulação da PSI com os rendimentos do trabalho, por forma a abranger quem recebe o salário mínimo; alargar o âmbito da aplicação do PSI, abrangendo pessoas acima dos 55 anos, quando é comprovada a aquisição de deficiência e não incapacidade decorrente do envelhecimento natural; aumento das prestações de apoio familiar, como o Complemento de Dependência e o subsídio de assistência de 3.ª pessoa; que a reforma antecipada das pessoas com deficiência seja aplicada a partir dos 55 anos e dos 60 por cento de incapacidade, como discutido com as organizações não governamentais das pessoas com deficiência (ONGPD); isentar de IVA os produtos de apoios necessários; alterar o sistema de orçamentação do financiamento do Sistema de Atribuição de Produtos de Apoio (SAPA), de forma a entrar em vigor logo após a publicação da Lei de Execução Orçamental.
Emprego
Noutro documento, a APD lembra que embora a legislação portuguesa estipule quotas de emprego para pessoas com deficiência com um grau de incapacidade igual ou superior a 60 por cento, tanto no sector público como no privado, a realidade é que estes diplomas não têm tido qualquer impacto na contratação destes cidadãos.
Assim, para além de um eficaz sistema de fiscalização, deve ser considerado, como forma de estipular o emprego das pessoas com deficiência, o aumento e diversificação dos incentivos ao emprego para empregadores que empreguem ou mantenham no emprego trabalhadores com uma deficiência; investimento em acções de sensibilização junto dos empregadores; alargamento dos meios de apoio a novas tecnologias; aumento dos apoios financeiros e técnicos às pessoas com deficiência que pretendam criar pequenas empresas ou promoção do auto-emprego.