PCP insiste na reabertura da refinaria de Matosinhos
«Ainda vamos a tempo de parar este crime económico e social», alerta a DORP do PCP, que reclama do governo o controlo público da refinaria de Matosinhos e a colocação do conhecimento e da capacidade produtiva daquela infra-estrutura ao serviço do desenvolvimento da região e do País.
Acumulam-se prejuízos ambientais e económicos para o País
A exigência foi feita na quarta-feira, 18, numa concentração promovida pela Direcção da Organização Regional do Porto (DORP) do PCP, na qual intervieram, entre outros, Jaime Toga, da Comissão Política do Partido.
Segundo nota publicada na página da organização na Internet, a iniciativa realizada frente a unidade industrial da Petrogal, «juntou trabalhadores no activo, trabalhadores despedidos, dirigentes sindicais e membros da Comissão de trabalhadores», tendo sido evidenciada a sua «importância estratégica», bem como o facto de ter beneficiado de «avultados investimentos públicos ao longo dos anos, apesar dos lucros acumulados e dos elevados dividendos distribuídos pelos seus pelos seus accionistas (só em 2020 e 2021 foram mais de 1000 milhões de euros de dividendos distribuídos».
A DORP também sublinha que, «segundo estudos da Universidade do Porto, os impactos do encerramento podem ser brutais na região, atingindo 7000 postos de trabalho na Área Metropolitana do Porto e perdas no PIB de 374 milhões de euros». E recorda que «o encerramento foi anunciado em nome do ambiente, mas, até hoje, não há poupanças ambientais«.
Pelo contrário, acumulam-se «prejuízos ambientais», uma vez que «continuamos a precisar de gasóleo e gasolina, mas importamos; continuamos a precisar de diluentes, alcatrão e outros derivados, mas importamos». Ou seja, «é o País que fica mais dependente e sujeito ao processo especulativo em torno do mercado de petróleo».
«Anunciaram projectos "verdes", "bio", "tecnológicos", "strat ups", "centros de investigação". Até anunciaram uma refinaria de Lítio que afinal já não vem para cá, mas, pelo meio, vão promovendo alterações ao Plano Director Municipal [de Matosinhos] para facilitar a construção imobiliária», acrescenta-se no texto.
Necessária e viável
Na concentração, denunciou-se, igualmente, que «anunciaram que ninguém ficava para trás, mas há trabalhadores que continuam no desemprego, trabalhadores que não têm perspectiva de solução para as suas vidas profissionais».
A iniciativa decorreu 34 meses depois do anúncio do encerramento da refinaria de Matosinhos e no dia em que foi comunicado «aos trabalhadores que o desmantelamento irá começar». Não obstante, o PCP considera que «ainda vamos a tempo de parar este crime económico e social». E insiste que «é tempo de o Governo assumir as suas responsabilidades, garantindo o controlo público (...), utilizando este conhecimento e esta capacidade produtiva ao serviço da economia, do desenvolvimento da região e do País».