Situação crítica de Norte a Sul
Com o Serviço Nacional de Saúde a evidenciar as consequências da política levada a cabo para a sua liquidação, as organizações do Partido denunciam e alertam para a situação em várias unidades e serviços.
Em Coimbra, o executivo da Direcção da Organização Regional (DORC) veio por estes dias contestar novas fusões de hospitais e serviços no distrito em unidades locais de saúde (ULS), uma abrangendo os concelhos da Figueira da Foz, Montemor-o-Velho e Soure, e outra agregando «o CHUC ao Hospital Arcebispo João Crisóstomo (Cantanhede), ao Centro de Medicina de Reabilitação da Região Centro – Rovisco Pais e a 26 Centros de saúde de 21 concelhos de 2 Comunidades Intermunicipais».
A DORC alerta, neste contexto, que as «experiências já implementadas comprovam que o modelo ULS não ajuda a resolver os problemas centrais do SNS: falta de investimento e de falta de recursos humanos», sobrando carências para os Cuidados de Saúde Primários, que ficam na alçada dos hospitais num modelo de centralização absurdo.
Também sobre a concentração imposta com a ULS Nordeste, pronunciou-se recentemente a Direcção da Organização Regional de Bragança do PCP. Designadamente a propósito da suspensão da especialidade de cirurgia geral no serviço de urgência do hospital de Mirandela, cujo desinvestimento decorre da reorganização que anunciava propósito inverso, acusa a DORBA do PCP, para quem «os resultados das ULS confirmam que a sua criação não se traduziu numa melhor articulação dos cuidados, mas sim numa gestão orientada para a concentração de serviços».
Em Serpa, a Comissão Concelhia do PCP protestou, no início deste mês, contra o encerramento do Serviço de Atendimento Permanente do Hospital de São Paulo, desta feita sem data de reabertura, o que faz temer o fecho definitivo daquela valência na margem esquerda do Guadiana. Por isso, os comunistas insistem que o Governo tem de resgatar aquela unidade de saúde para a esfera pública e assegurar acesso a cuidados de saúde aos utentes.
Já em Santarém, a Direcção da Organização Regional do PCP alerta para a necessidade de fortalecimento do SNS e de valorização dos seus profissionais, dando como exemplos «situações como a da urgência do Hospital Distrital de Santarém, com graves constrangimentos no seu funcionamento devido à falta de médicos de especialidade; o encerramento já anunciado da maternidade do mesmo Hospital, durante vários dias até Janeiro; o encerramento nos mesmos moldes da urgência do Hospital de Torres Novas; os constrangimentos nas urgências básicas do CHMT/Tomar e Torres Novas; a insuficiência de camas em cuidados continuados; a falta de profissionais para os gabinetes de saúde oral instalados; os sistemáticos casos de centros e extensões de saúde sem médicos de família ou com um número de profissionais insuficiente, como em Torres Novas, Constância, Abrantes, Golegã, Alcanena, Sardoal, Mação, Ourém, Chamusca, Salvaterra de Magos, Benavente, Vila Nova da Barquinha, Tomar, Rio Maior ou Alpiarça».