República Popular Democrática da Coreia celebra 75 anos

Um grande desfile assinalou no dia 9, em Pyongyang, o 75.º aniversário da fundação da República Popular Democrática da Coreia (RPDC). A cerimónia foi presidida pelo Secretário-Geral do Partido do Trabalho da Coreia e presidente dos Assuntos Estatais, Kim Jong-Un. Diversos Estados fizeram-se representar na cerimónia e outros enviaram mensagens de felicitações.

Esta é uma das efemérides mais importantes do país, assinalando o dia em que foi proclamada a República Popular Democrática da Coreia, depois de, ainda em Agosto desse ano de 1948, ter sido eleita a Assembleia Suprema do Povo e a 3 de Setembro promulgada a Constituição. A criação da RPDC ocorreu após ter sido constituída oficialmente, a 15 de Agosto desse ano, a República da Coreia, na zona que se encontrava sob ocupação militar norte-americana (os EUA continuam a ter, hoje uma grande presença militar na Península da Coreia).

Com a rendição do Japão e o fim da guerra na Ásia, em Setembro de 1945, a Coreia teve presença militar em duas zonas: soviética, a Norte do paralelo 38, a norte-americana, a Sul.

Na primeira, as forças de resistência anticolonial que combateram os japoneses operavam profundas transformações económicas e sociais: a reforma agrária, a expropriação das empresas japonesas ou pró-japonesas, a criação de organizações populares. Na segunda, as lutas operárias e camponesas eram esmagadas pela força, ao mesmo tempo que nas posições de poder eram colocados colaboracionistas com a ocupação japonesa, defensores da submissão do país aos EUA e toda a espécie de anticomunistas.

As tropas soviéticas retiraram-se da Coreia ainda em 1948, cumprindo assim aquilo a que se tinham comprometido, e as norte-americanas por lá continuam ainda hoje, 75 anos decorridos: dezenas de milhares de militares dos EUA permanecem na República da Coreia, onde está instalado um sistema ofensivo de mísseis Thaad, parte do autêntico «anel de fogo» com que o imperialismo norte-americano procura cercar a República Popular da China, visando suster o seu impetuoso desenvolvimento económico e a sua crescente afirmação internacional.

A divisão da Coreia foi a resposta encontrada pelo imperialismo para conter a luta do povo coreano pela sua independência, que se travava em todo o território. A guerra imposta pelo imperialismo ao povo coreano (que por ela pagou um elevadíssimo preço em vidas humanas) não conseguiu todos os seus objectivos, mas impor a divisão do povo coreano. A reunificação da Coreia, essa, terá de ser alcançada pelos próprios coreanos, e apenas por eles. Pacificamente e com respeito pelas diferenças, o que só será possível com o fim da presença militar e da ingerência norte-americanas.

 



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