Evidenciando contradições, G20 reúne na Índia

O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, passou ao presidente brasileiro, Lula da Silva, a presidência rotativa do Grupo dos Vinte (G20), no final da cimeira da organização, que decorreu nos dias 9 e 10, em Nova Deli, sob o lema «Uma Terra, uma Família, um Futuro».

O G20 reúne as maiores 19 potências económicas mundiais, a que se junta a União Europeia e, a partir de agora, também a União Africana. Representa 80 por cento do PIB global, 75 por cento das exportações e dois terços da população mundial.

O Brasil assumirá a presidência a partir de 1 de Dezembro mas, antes, em Novembro, haverá uma cimeira virtual ainda convocada pela Índia para fazer o balanço dos projectos aprovados.

Falando em Deli, o presidente Lula afirmou que o Brasil, à frente do G20, lutará contra a fome e trabalhará pela inclusão social, a transição energética e o desenvolvimento sustentável económico e ambiental. Assegurou que o país sul-americano colocará o foco também na reforma das instituições da chamada «governança global» e que todas essas prioridades estão contidas no lema «Construir um mundo justo e um planeta sustentável».

Lula pediu uma maior inclusão dos países em desenvolvimento nas decisões do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI). Qualificou de insustentável a dívida externa dos países economicamente menos desenvolvidos e afirmou que deve ser reestruturada. Considerou que é necessária a revitalização da Organização Mundial do Comércio (OMC) e a reactivação do seu sistema de solução de conflitos, bloqueado pelos EUA. Opinou que o Conselho de Segurança da ONU precisa da incorporação de novos países entre os seus membros permanentes e não permanentes para recuperar a força política.

Desenvolvimento no centro da agenda
O primeiro-ministro da China, Li Qiang, intervindo na cimeira, instou a colocar o tema do desenvolvimento no centro da agenda do G20, insistindo que este é o assunto mais urgente da actualidade.

A Rússia, representada pelo seu ministro dos Negócios Estrangeiros, Serguei Lavrov, constatou que a Cimeira do G20 foi um «êxito incondicional». Acrescentou que ela «dará um impulso muito sério e positivo no âmbito da reforma tanto do FMI como da OMC». Considerou ainda que, «em grande medida graças a uma posição consolidada do Sul Global em defesa dos seus interesses legítimos, foi possível impedir o sucesso da tentativa de o Ocidente ucranizar novamente toda a agenda em detrimento do debate das tarefas urgentes dos países em desenvolvimento».

Já o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, acolheu com satisfação a admissão da União Africana como membro permanente do G20, dando assim mais voz aos países em desenvolvimento. E destacou que «as pessoas comuns vêem que se gastam milhares de milhões de dólares em armas de guerra em vez de se abordar os desafios do desenvolvimento».

 



Mais artigos de: Internacional

República da Guiné-Bissau – um Estado forjado na luta

Completam-se dentro de dias, a 24 de Setembro, 50 anos sobre a proclamação do Estado da Guiné-Bissau, ainda durante a luta armada de libertação nacional dirigida pelo PAIGC contra a dominação colonial portuguesa. Amílcar Cabral, o dirigente revolucionário que encabeçou o combate independentista na Guiné e em Cabo Verde,...

Exército da Síria riposta a ataques no noroeste do país

O Ministério da Defesa da Síria anunciou a eliminação de pelo menos 111  elementos de grupos terroristas em operações levadas a cabo nas províncias de Idlib e Hama, no noroeste do país. A entidade indicou em comunicado que os bombardeamentos foram efectuados com mísseis e artilharia, e com o apoio da força aeroespacial...

Niger acusa França de preparar agressão

Os novos governantes em Niamey acusaram a França, em conluio com Costa do Marfim, Senegal e Benim, de estar a preparar uma agressão ao Níger. Advertiram que responderão a qualquer ataque ao país.

Cimeira do G77 e China em Havana debate desafios do desenvolvimento

Decorre amanhã, sexta-feira, e no sábado, em Havana, uma cimeira do Grupo dos 77 e China, sob o lema «Os desafios actuais do desenvolvimento: papel da ciência, da tecnologia e da inovação». O grupo define-se como um fórum de «diálogo e concertação» dos países do Sul.

República Popular Democrática da Coreia celebra 75 anos

Um grande desfile assinalou no dia 9, em Pyongyang, o 75.º aniversário da fundação da República Popular Democrática da Coreia (RPDC). A cerimónia foi presidida pelo Secretário-Geral do Partido do Trabalho da Coreia e presidente dos Assuntos Estatais, Kim Jong-Un. Diversos Estados fizeram-se representar na cerimónia e...