Hotelaria em greve amanhã em luta por salário e direitos
Os trabalhadores da hotelaria concentram-se amanhã, 28, a partir das 11h00, frente à Secretaria de Estado do Turismo, culminando duas semanas de luta por salários e direitos.
A FESAHT pretende que associações patronais e tutela respondam
O protesto, convocado pela FESAHT - Federação dos Sindicatos da Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal, tem como propósito exigir a satisfação de diversas matérias pecuniárias e assegurar o cumprimento de direitos, num total de 16 reivindicações.
Entre estas, segundo o pré-aviso de greve emitido pela Federação, estão o aumento intercalar dos salários, a fixação do salário mínimo nacional em 850 euros e o acréscimo de 25 euros por diuturnidades a cada três anos; o pagamento a dobrar do trabalho em dias de descanso semanal e feriado, bem como a mais 50% do que é prestado ao sábado e domingo; um acréscimo de 25% sobre o salário no caso de horários repartidos com intervalo superior a uma hora; o pagamento de subsídio de turno, com acréscimo de 25% sobre o salário, fixando o trabalho nocturno a partir das 20h00.
A FESAHT também pretende que associações patronais e tutela respondam positivamente ao fim da caducidade das convenções colectivas e à negociação, à valorização das carreiras, à garantia de 25 dias úteis de férias e à redução da jornada semanal para as 35 horas e à regulação dos horários.
Luta construída nas empresas
A iniciativa nacional de amanhã culmina uma quinzena de luta nas empresas e locais de trabalho. Dia 24, os trabalhadores afectos ao Sindicato da Hotelaria do Sul denunciaram, no Aeroporto de Lisboa, a exploração a que estão sujeitos. Um dia depois, decorreram outras quatro acções semelhantes promovidas nas proximidades de unidades hoteleiras do Algarve, e no dia 19, no Marriott da Praia D’El Rey, os trabalhadores reunidos em plenário alertaram que os trabalhadores imigrantes têm direito a gozar férias e ao pagamento de horas extraordinárias.
O Sindicato da Hotelaria do Centro advertiu, ainda, para a sobre-exploração dos imigrantes no dia 12, em Fátima, calculando que só naquela localidade existam cerca de mil trabalhadores a quem não são observados direitos contemplados no CCT do sector.