Motim armado na Rússia

A Rússia viveu momentos de tensão, no sábado, 24, devido a um motim armado protagonizado por forças do grupo militar privado Wagner.

Depois de um contacto com o presidente russo, Vladímir Putin, o chefe do Estado da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, manteve conversações com o fundador e dirigente do Grupo Wagner, e este pôs fim ao motim que decorria sob seu comando. No quadro do acordo, os amotinados – que ocuparam durante algumas horas o estado-maior do distrito Sul das forças armadas russas, na cidade de Rostov-do-Don, e iniciaram uma marcha em direcção a Moscovo – suspenderam as movimentações e regressaram aos seus quartéis.

O acordo incluiu garantias de segurança para o fundador do Wagner e de protecção dos membros do grupo.

O Grupo Wagner, um dos grupos militares privados existentes na Federação Russa, tornou-se particularmente conhecido pelo seu envolvimento na batalha de Artimióvsk (Bakhmut), em Donetsk.

O presidente da Rússia, em mensagem ao país, na segunda-feira, 26, afirmou que qualquer tentativa de causar distúrbios na Rússia estaria condenada ao fracasso, tendo classificado os acontecimentos como «traição». Após o final do motim, que terminou sem um grande confronto entre o Grupo Wagner e as forças militares russas, o presidente russo referiu-se à «resistência, solidariedade, unidade e patriotismo» do povo da Federação Russa durante os acontecimentos.

Segundo as autoridades russas, os membros do Grupo Wagner podem optar entre assinar um contrato com o Ministério da Defesa, como já aconteceu com outros grupos privados, regressar a casa ou, ainda, ir para a Bielorrússia no âmbito e nos termos do acordo entre os dois países.

O Partido Comunista da Federação Russa, que considerou a acção do Grupo Wagner como «uma traição» e um «crime contra o povo», afirmou que «o sistema de companhias militares privadas é um produto das visões liberais sobre a organização da sociedade», realidade, recorde-se, comum a vários países capitalistas, designadamente os EUA.

 



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