Havana repudia calúnias dos EUA sobre relações entre Cuba e China

«Constituem uma falsidade» as afirmações de responsáveis norte-americanos sobre a existência de uma base de espionagem da China em Cuba ou de um campo de treino militar conjunto. Uma declaração do ministro dos Negócios Estrangeiros de Cuba, Bruno Rodríguez, esclarece que a posição de Cuba sobre o assunto é «clara e categórica»: tais afirmações não têm fundamento.

O propósito é servir de pretexto para manter o bloqueio económico contra Cuba e as medidas de máxima pressão que foram reforçadas nos últimos anos e que são objecto de crescente rejeição internacional e mesmo nos Estados Unidos da América (EUA), rejeição que inclui a exigência de retirar Cuba da arbitrária, ilegítima e hipócrita lista de Estados «patrocinadores do terrorismo» elaborada por Washington.

Cuba não é uma ameaça para os EUA, nem para nenhum país. São os EUA que aplicam uma política que de forma quotidiana ameaça e castiga a população cubana no seu conjunto. São os EUA que impuseram e dispõem de dezenas de bases militares na região e mantêm, além disso, contra a vontade do povo cubano, uma base militar no território que ilegalmente ocupa na província de Guantánamo – realça a declaração de Bruno Rodríguez. E denuncia que «estamos perante uma nova operação de desinformação, como muitas outras geradas nos EUA na sua longa história de hostilidade» contra Cuba.

 

China sugere aos EUA entender-se com Cuba

A China sugeriu aos EUA dedicar-se melhor a fomentar o entendimento mútuo e a confiança recíproca com Cuba em vez de produzir relatórios como o de um suposto centro de treino militar de Pequim na ilha.

Mao Ning, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, também instou Washington a centrar as suas energias em assuntos verdadeiramente vantajosos para o desenvolvimento pacífico e estável a nível regional.

A diplomata chinesa disse desconhecer as alegações divulgadas pelo jornal norte-americano The Wall Street Journal. Segundo esse diário, os governos de Pequim e Havana discutiriam a instalação de um centro conjunto de treino militar em território cubano. A infundada alegação surge poucos dias depois de uma outra, sobre a suposta existência de uma base de espionagem electrónica chinesa em Cuba que opera desde 2019.

Em resposta, um porta-voz do governo de Pequim disse à Prensa Latina que nada poderá destruir a amizade sincera da China com Cuba por muito que os EUA desinformem e difamem. Enfatizou que apesar de propagar tais calúnias, os EUA não conseguirão afectar os laços amistosos e fraternos entre Pequim e Havana, nem tão-pouco poderão ocultar os seus actos de espionagem massiva nem o roubo de segredos a países de todo o mundo.

A China exige, além disso, que Washington não se intrometa nos assuntos internos de Cuba e acusa os EUA de propagar calúnias, participar em actividades encobertas, cometer crimes e manter uma prisão num território ocupado a Cuba.

Pequim convida os EUA a escutar a exigência internacional e a levantar imediatamente o bloqueio económico, financeiro e comercial contra Cuba, além de contribuir para melhorar as relações com Havana, o que beneficiará as duas partes, a paz e a estabilidade na região.

 



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