Com caravana ao longo da EN2 professores mantêm a luta

Após as greves de âmbito distrital, que terminaram em Lisboa, no dia 12, as organizações sindicais de docentes vão organizar uma «caravana dos professores», na EN2, partindo dia 22 de Chaves para Faro.

Para a greve de 17 de Março não havia serviços mínimos

A iniciativa, que vai decorrer até dia 30, iria ser apresentada ontem aos jornalistas, numa conferência de imprensa nas cidades de partida e de chegada, em simultâneo. Os seus contornos foram antecipados no dia 12, pelo Secretário-geral da Fenprof, durante a concentração que, no Rossio, marcou o final da greve distrital em Lisboa (última das 18 paralisações realizadas desde 17 de Abril, no Porto), e também em notas de imprensa, no início desta semana.

Entre Chaves e Faro, seguindo pela Estrada Nacional 2, a deslocação de um grande painel móvel, com a inscrição «Professores e educadores em luta», será acompanhada por docentes, de carro, moto ou bicicleta. O percurso terá sete etapas, que propiciarão contactos com a população, concentrações e plenários de professores.

A caravana antecede a jornada de luta decidida para 6 de Junho, com uma greve nacional e manifestações em Lisboa e no Porto, assinalando o simbolismo da data (6-6-23, os seis anos, seis meses e 23 dias de tempo de serviço congelado e que o Governo ainda se recusa a recuperar).

As organizações sindicais de docentes anunciaram igualmente que marcarão presença, a 10 de Junho, em Peso da Régua, nas comemorações oficiais do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.

A greve por distritos, como disse Mário Nogueira no Rossio, teve índices de adesão muito elevados, numa média de 80 por cento. Pela recuperação integral do tempo de serviço, na contagem para progressão na carreira, e pela eliminação das vagas de acesso aos 5.º e 7.º escalões, dentro do objectivo global de valorização da carreira docente, «os professores nunca vão desistir de lutar», assegurou o dirigente sindical, citado pela agência Lusa.

 

Encenação de negociação

A antecipar a reunião de dia 15, segunda-feira, com o Ministério da Educação – em que estariam as nove estruturas que apresentaram, a 13 de Março, uma proposta para concretizar a recuperação do tempo de serviço e o fim das vagas para todos –, a Fenprof declarou esperar que o ME reagisse a esta proposta e aceitasse iniciar negociações.

Numa nota emitida na véspera, adiantou ainda que iria exigir respostas a outras questões, a começar por «graves violações do direito à greve».

A delegação da Fenprof acabou por abandonar a reunião (realizada no âmbito da negociação suplementar sobre a correcção de assimetrias provocadas pelo congelamento do tempo de serviço dos professores).

O ministro, como explicou a Fenprof, numa síntese das declarações prestadas à saída do Ministério, disse que o documento que apresentou inicialmente aos sindicatos não vai sofrer nenhuma alteração, mesmo após três reuniões políticas e uma de teor técnico, assim revelando que «este processo, dito negocial, não passou de uma encenação».

Mas o motivo principal para o protesto foi «a postura antidemocrática e discriminatória» do governante, «ao insistir em prosseguir com os procedimentos disciplinares contra os professores que fizeram a greve da Administração Pública, a 17 de Março, para a qual não estavam decretados serviços mínimos».

A federação anunciou que iria hoje, dia 18, apresentar ao DIAP de Lisboa «todos os casos de que tem conhecimento de faltas injustificadas e processos disciplinares aplicados indevida e ilegalmente».

 



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