Cultura e debate em prol da paz
O Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC), com o apoio da Câmara Municipal e União de Freguesias de Viana do Castelo, promoveu no dia 22 um Concerto pela Paz no Teatro Sá de Miranda, naquela cidade minhota.
O concerto foi apresentado pela actriz Sara Costa e pelo palco passou a música, a dança, a poesia, a intervenção multifacetada de artistas de diversas idades e saberes, associações culturais e escolas artísticas: começou com Unum Pulso, Duo de Percussão, da ARTEAM, a que se seguiram a Open Dance School, o Duo Ribeiro, a Maya Street Dance, o Teatro do Noroeste – Centro Dramático de Viana, o músico Ré MENOR, o Grupo de Serenatas do Grupo de Danças e Cantares de Perre e ainda Martim Costa, uma criança que teatralizou um poema de sua autoria, sobre o 25 de Abril.
Ilda Figueiredo, presidente da Direcção Nacional do CPPC, na sua intervenção, agradeceu o apoio das autarquias, do Teatro Sá de Miranda e dos seus trabalhadores, a generosidade dos artistas de diversas idades e das organizações participantes, a numerosa assistência que se manifestou solidária na defesa da paz, contra a guerra, salientou a complexidade da situação internacional que se vive, referiu-se à revolução do 25 de Abril, à Constituição da República Portuguesa e à sua defesa, explicitando alguns pontos do seu artigo 7.º, designadamente a defesa da negociação para resolver conflitos e não o recurso à guerra.
Ilda Figueiredo referiu-se também à inauguração das duas exposições de artes sobre o 25 de Abril e a Paz (de crianças e de artistas plásticos), durante a tarde, na Barca das Artes. Apelou ainda à mobilização para o III Encontro pela Paz, que se realiza em Vila Nova de Gaia no dia 28 de Outubro.
No dia seguinte realizou-se o primeiro debate no âmbito da 5.ª Bienal Internacional de Arte Gaia 2023, que versou o tema da exposição «Revolução: 50 anos/ 50 artistas», com moderação de Ilda Figueiredo, que assume também a curadoria desta mostra. Foram oradores o capitão de Abril e presidente da Mesa da Assembleia da Paz, Baptista Alves, e os artistas plásticos Emerenciano Rodrigues, Cabral Pinto, Eduarda Castro e Alexandre Rola.
Falou-se da repressão fascista, da guerra colonial, da miséria e do sofrimento dos povos, destacando-se a importância da Revolução de Abril de 1974, os seus ideais e realizações, a liberdade, a democracia, a paz, os novos países após a descolonização portuguesa, o progresso social, as alterações democráticas, incluindo a promulgação da Constituição da República Portuguesa. Foi igualmente salientado o muito que falta fazer.