«Todos a Lisboa» no sábado com razão e determinação

Só pela luta, unidos e organizados, os trabalhadores conseguirão o aumento geral dos salários e das pensões, colocado como «emergência nacional» à cabeça dos motivos para esta manifestação nacional.

Na manifestação nacional deve convergir «todo o descontentamento»

A CGTP-IN, cujo Conselho Nacional convocou há um mês a jornada de dia 18, em Lisboa, agendou duas concentrações iniciais para as 15 horas: no Saldanha, reúnem-se os trabalhadores de empresas do sector privado; para as Amoreiras, confluem os trabalhadores da Administração Pública. Uns e outros, seguem para o Marquês de Pombal. Daqui, a manifestação desce a Avenida da Liberdade, até aos Restauradores.

Ao fundamentar a decisão de marcar a manifestação, o órgão dirigente da Intersindical Nacional salientou «a necessidade de fazer convergir a luta desenvolvida e em desenvolvimento», por trabalhadores de empresas, serviços e sectores.

A convergência é feita a partir das reivindicações apresentadas, com destaque para a resposta, por parte do patronato e do Governo, à degradação das condições de vida dos trabalhadores, reformados, pensionistas e suas famílias.

«É tempo de agir e unir todo o descontentamento», insiste a CGTP-IN.

 

Pacote desfasado

O pacote de seis medidas, anunciado pelo Governo no dia 9, com o objectivo de combater as muito evidentes «situações anómalas» dos preços de produtos alimentares, foi considerado pela CGTP-IN como uma acção «completamente desfasada da situação com que se deparam os trabalhadores, pensionistas e suas famílias».

Com tais medidas, o Governo «continua não dar resposta ao aumento brutal dos preços», afirmou a Inter, numa nota de dia 10.

Reclamando «medidas concretas e uma intervenção determinada, que ponha termo à brutal transferência de rendimentos do trabalho para o grande capital», a confederação reiterou que defende: fixação de preços máximos dos bens e serviço essenciais; estabelecimento de limites às práticas do sector financeiro; taxação efectiva dos lucros e outras fontes de rendimento do capital. Estas medidas são «possíveis, necessárias e dependem apenas da opção política do Governo e da maioria que o suporta».

Ao mesmo tempo, deve haver «uma real valorização do trabalho e dos trabalhadores», em dois passos: «a revogação das normas gravosas da legislação laboral (que o Governo insiste em perpetuar)» e um «aumento dos salários e pensões, que inverta a perda de poder de compra e possibilite a elevação das condições de trabalho e de vida».

Na sua posição, a Inter salientou a necessidade de «lutar pelo aumento geral dos salários e das pensões», considerado «emergência nacional», e voltou a apelar a uma forte participação na manifestação de dia 18, porque «é urgente romper com a política de degradação e empobrecimento a que os trabalhadores e camadas crescentes da população estão sujeitos»e «é preciso reforçar os serviços públicos e garantir os direitos».

 



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