EUA instigam a guerra e batem novos recordes armamentistas

O Pentágono apresentou na segunda-feira, 13, o projecto de orçamento militar dos EUA para o ano fiscal de 2024, propondo uma verba recorde de 842 mil milhões de dólares, um aumento de 3,2 por cento em relação ao orçamento deste ano, que por sua vez representava já um considerável incremento face aos anos anteriores. Apresentando o projecto, responsáveis da administração norte-americana reafirmaram abertamente os objectivos de confrontação face à China e à Rússia.

Analisado parcelarmente, o projecto inclui um investimento recorde em investigação e desenvolvimento militares e consagra 37,7 mil milhões para a modernização do arsenal nuclear.

A proposta de orçamento do Pentágono terá agora de ser aprovada pelo Congresso, onde diversas vozes criticam o presidente Joseph Biden e a sua administração por aumentar impostos, gastar milhares de milhões com guerras e preocupar-se menos com as necessidades do povo norte-americano do que em pretender consolidar a hegemonia mundial dos EUA.

Exportações aumentam
As exportações de armas dos EUA aumentaram 14 por cento entre 2018 e 2022 face ao quinquénio anterior, um aumento que consolida a sua posição como o principal fornecedor mundial de armamento. De acordo com um relatório do Instituto Internacional de Estudos para a Paz (SIPRI), com sede em Estocolmo, as vendas de armas dos EUA representaram, neste período, 40 por cento de todas as vendas de armamento nesse período.

Informa ainda o SIPRI que, entre 2018 e 2022, armas norte-americanas foram entregues a 103 países, tendo sido 41 por cento das encomendas destinadas ao Médio Oriente. Quanto às importações de armas na Europa aumentaram quase para o dobro em 2022.

Com um aumento de 93 por cento num ano, as compras de armamento explicam a subida de gastos militares de vários países europeus, como a Polónia e a Noruega, uma tendência que vai acelerar, segundo o instituto sueco.

O aumento das importações europeias de armas era previsível com o agravamento do conflito na Ucrânia, mas o incremento apenas aprofunda uma tendência já registada há vários anos, assinala o SIPRI. E esclarece que muitos países da Europa já fizeram as suas encomendas de armas ou prevêem fazê-lo em breve, para todo o tipo de armamento.

O maior traficante de armas do mundo
O desmedido fornecimento de equipamento bélico por parte dos EUA suscita preocupação inclusivamente no seio do próprio país, onde inúmeras vozes alertam para o facto dessas vendas apenas estimularem os conflitos.

Wiliam Hartung, investigador do Instituto Quincy para Governança Responsável, com sede em Washington, qualificou o país norte-americano como o maior traficante de armas do mundo, com toda a responsabilidade que isso acarreta.

Do ponto de vista do referido especialista, os impactos do comércio mundial de armas não têm a ver apenas com a quantidade vendida mas também com o modo como esse armamento é utilizado e a medida em que pode alimentar as confrontações bélicas.

Uma análise anterior divulgada pelo Instituto Quincy revelou uma falta pronunciada de transparência sobre o papel das armas traficadas, algumas das quais são oferecidas a Estados que cometem graves abusos contra os direitos humanos. «Continuar a brindar grandes quantidades de ajuda militar a Israel na ausência de uma estratégia diplomática para promover a paz na região é uma receita para perpetuar um conflito que continuará a provocar desestabilização», refere o estudo. O artigo adverte que os EUA continuam a fornecer armamento aos agressores dos palestinianos, apesar da longa história de ataques desproporcionados na faixa de Gaza, com um resultado de milhares de mortos e imensos prejuízos materiais.

Acrescenta que a facilitação de armamento à Ucrânia, sem uma estratégia diplomática para pôr fim ao conflito com a Rússia, corre o risco de prolongar a guerra, aumentar o sofrimento humano ou, inclusivamente, provocar o escalonamento para uma confrontação directa entre Washington e Moscovo.

 



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