Aderir ao Partido para defendê-lo

Rui tem 48 anos, é Técnico Superior na Câmara Municipal de Avis, distrito de Portalegre, trabalhando na área da Protecção Civil. O seu vínculo com o Partido, o ideal e projecto comunistas, vêm de longe. O que não é de estranhar num concelho de forte implantação do PCP, onde familiares e amigos, na sua maioria, ou são militantes ou apoiantes e activistas da causa da emancipação social dos trabalhadores.

Rui recorda mesmo que «ainda sou do tempo dos desfiles do Dia do Trabalhador aqui em Avis, da Cooperativa 1.º de Maio». E sublinha, além do mais, que participações nas jornadas de trabalho de implantação da Festa do Avante!, já lhes perdeu a conta.

Por razões diversas e, sobretudo, porque sempre se sentiu do Partido, sempre participou em muitas das iniciativas e na vida pública do PCP, nunca se inscreveu como militante. O que atesta bem a forma aberta, desassombrada e anti-sectária como funciona o grande colectivo comunista português, assim como o facto de o PCP ser o grande pólo aglutinador da unidade dos explorados na sua luta contra os exploradores.

Há, contudo, um limite para tudo na vida. E Rui afirma que chegou a um ponto de saturação perante os ataques ao PCP, feitos de calúnias, deturpações e mentiras quanto às suas posições políticas, objectivos e modus operandi. Decidiu passar a militar no Verão de 2021 porque sentiu que «era preciso reunir forças, responder à ofensiva à letra».

Sem papas na língua, Rui sugere que não sentiu grandes diferenças, pois, como já tinha salientado, sempre foi um participante dos vários combates e tarefas que o PCP convocou. No entanto, começou recentemente a reunir na célula dos trabalhadores comunistas no município e apesar de ainda não ter uma tarefa concreta atribuída, a discussão para a qual quer contribuir, com ideias e militância, passa pelo reforço do Partido e a sua defesa.

Quem também sentiu que estava na hora de cerrar fileiras, «ajudar o PCP», foi Alexandra. Esta estudante de 25 anos, que se encontra a concluir a tese de mestrado depois de frequentar o Ensino Superior em Beja e em Évora, e que pretende trabalhar na área da educação, já militou na JCP. Com a ida para a faculdade, porém, cortou a ligação orgânica.

A relação com o ideal comunista, o quotidiano e propósitos imediatos e de fundo do PCP, essa é umbilical. Neta e filha de militantes comunistas, mesmo menos disponível para tarefas, Alexandra continuou a acompanhar o Partido.

Agora que está prestes a entrar no mercado de trabalho e face à ofensiva contra o PCP, decidiu retomar a ligação orgânica. Não à JCP, mas ao PCP, e embora careça ainda de integração numa organização, atribuição de tarefas e responsabilidades, mantém-se interventiva na defesa do Partido, participando, sempre que possível, nas iniciativas de protesto e reivindicação e na discussão da gestão autárquica do concelho donde é originária: Serpa.



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