Dar a conhecer o Partido
O PCP tem expressão nacional. Desde 1921 que os comunistas tentam chegar a todos os cantos do País. Da Madeira, esta semana chegam ao Avante! as histórias, motivações e objectivos de dois militantes que recentemente se juntaram ao Partido.
Joséafirma que nunca teve outro Partido. «Nunca me inscrevi, nem nunca tive contacto com nenhum outro», conta. «No passado, acreditei noutras ideias que são mais dominantes aqui na Madeira, mas agora estou inscrito no PCP e acredito nisto, portanto pode-se dizer que é para a vida», acrescenta. Este militante, com 45 anos, funcionário no Inatel, casado e pai de dois filhos, admite que nem sempre votou na CDU. Aliás, conta que apesar de saber acerca do PCP através dos boletins de voto nas eleições, só muito recentemente adquiriu um conhecimento mais aprofundado daquelas que são as ideias-chave defendidas pelo Partido. Foi através de um vizinho, com quem, aos poucos e poucos, foi falando, que José descobriu mais acerca desses ideais. O recém inscrito militante percebeu que concordava com todos eles. «Houve uma afinidade de ideias. Percebi a importância de recrutar mais militantes e depois li o programa do Partido e decidi inscrever-me», relata.
No PCP, o aspecto que mais lhe agradou foi a possibilidade de todos poderem participar em pé de igualdade e de ninguém ser prejudicado ou beneficiado conforme as suas capacidades ou elementos como o estatuto financeiro e social. O esforço que todos os militantes realizam, quase diariamente, em torno de um objectivo comum foi um dos outros elementos que lhe agradaram.
Desde Abril, mês em que se tornou comunista, que José colabora de forma activa nas actividades e iniciativas regulares organizadas pelo PCP na Madeira. No espaço de cerca de seis meses, já participa nas reuniões da sua organização concelhia e conta com especial apreço a sua experiência na Festa do Avante!. Apesar de inicialmente estar um pouco reticente em relação à viagem que teria de realizar, José caracterizou a Festa como«única»: «Toda a gente me acolheu da melhor forma possível e fiz o que pude para ajudar. Fiquei com a noção de que a Festa é para toda a gente e nem sei bem como é possível os camaradas construirem aquilo tudo de maneira a funcionar tão bem», salienta.
Dolores, 56 anos, operadora de caixa num supermercado, também é madeirense. Conta a história de como chegou ao PCP de forma relativamente pragmática: «Eu conheci o Partido, gostei muito de participar e por lá decidi ficar». No entanto, a história não é assim tão simples.
Dolores conheceu o Partido num momento particularmente complicado da sua vida. Foi quando estava de baixa e com uma situação de saúde muito fragilizada, que a militante recebeu um convite para visitar o Centro de Trabalho do PCP. Este foi o primeiro contacto que teve com o Partido. O convívio com os camaradas, «a actividade em torno do nosso objectivo comum ajudou muito na minha recuperação. Desenvolvi capacidades diferentes e abri a minha mentalidade a coisas novas», revelou.
Foi há cerca de um ano que a militante visitou pela primeira o Centro de Trabalho. Desde então, o edifício tornou-se um espaço comum na sua rotina diária.