Debate colectivo constrói e enriquece Conferência Nacional
O debate preparatório da Conferência Nacional que o PCP realiza nos dias 12 e 13 de Novembro já começou. Deste processo, a que todos os militantes são convocados a participar, resultará o reforço das linhas políticas, organizativas e de acção que o Partido dará cumprimento no futuro próximo.
As conclusões da Conferência Nacional serão o que os militantes quiserem
De Norte a Sul do País, das direcções das organizações regionais aos colectivos e células de base, os militantes do Partido já estão debruçados sobre o Projecto de Resolução da Conferência Nacional e na definição de prioridades para a sua intervenção. Nesta fase preparatória, impõe-se ao colectivo partidário o enriquecimento, com propostas concretas, partilha de experiências e reflexões, do documento que guiará a discussão dos militantes durante a conferência – e a intervenção partidária nos próximos anos.
No dia 2, Jerónimo de Sousa participou em Lisboa num encontro de quadros da JCP, preparatório da Conferência. Os jovens presentes partilharam reflexões baseadas na sua intervenção própria e quotidiana junto da juventude – nas escolas, nas instituições de Ensino Superior, nos locais de trabalho, na vida associativa.
Quase duas dezenas de intervenções deram conta das muitas questões que afligem os jovens de todo o País. No mundo do trabalho, a precariedade, a imposição de bancos de horas, os baixos salários e a intimidação à actividade sindical atingem níveis elevados. Já sobre o Ensino Secundário, deu-se conta de problemas como os exames nacionais e a falta de preparação dos estudantes para os realizarem devido à falta de professores.
Para além dos problemas com que contactam diariamente, os jovens comunistas souberam abordar outras questões pertinentes: a comunicação social dominante e o seu papel «desinformativo»; a situação internacional à luz dos acontecimentos mais recentes; e o papel da União Europeia; a importância de recursos como a água para a soberania energética e alimentar do País.
Em termos de organização, os militantes da JCP valorizaram a realização da próxima Conferência Nacional, abordaram a necessidade de levar a discussão do Projecto de Resolução o mais longe possível e colocaram questões relativas à informação e propaganda do Partido.
No final, e à semelhança do que tinha sucedido no início da sessão, Jerónimo de Sousa interveio uma vez mais para realizar um balanço dos vários elementos expostos durante a discussão.
No JCP, está já prevista a realização de cerca de 50 reuniões e plenários de discussão do Projecto de Resolução da Conferência Nacional, número que deverá ainda crescer.
Encontro de quadros em Lisboa
O Secretário-geral do Partido também participou na reunião de quadros da Organização Regional de Lisboa, realizada no dia 28 na Casa do Alentejo, que lançou o processo de discussão da Conferência Nacional na região.
Lançando o debate, Jerónimo de Sousa situou as razões e os objectivos da Conferência Nacional e sintetizou diversos elementos do projecto de Resolução Política, desde logo as evoluções no quadro político nacional e internacional, que «colocam particulares exigências à organização e intervenção do Partido, à luta dos trabalhadores e do povo», e que se impõem ser consideradas pelo colectivo partidário tendo em vista a sua intervenção imediata e futura.
As intervenções que se seguiram lançaram reflexões e experiências diversas da actividade partidária nas suas várias componentes. O recrutamento de novos militantes e o que os traz ao Partido, as medidas que podem ser tomadas pelas organizações para aprofundarem o trabalho de recrutamento com ainda mais dinâmica que a campanha de recrutamento em curso potencia, foram alguns dos assuntos em destaque.
A discussão não se ficou por aí tendo abrangido temas como: a necessidade de rápido enquadramento no Partido, com a atribuição de tarefas e responsabilidades; a importância e a necessidade dessa responsabilização como condição fundamental para que a intervenção do Partido possa chegar mais longe, para uma maior descentralização de tarefas, para a formação de mais quadros, e as dificuldades que levam a que por vezes isso não seja conseguido; a importância da discussão dos problemas da sua área de intervenção, freguesia, concelho e empresa para as organizações do Partido, bem como a necessidade disso ser uma prática normal na sua vida; a importância dos fundos, particularmente do pagamento e da recolha das quotas a todos os membros do Partido, elo fundamental de ligação e suporte decisivo para a independência financeira; a ligação às massas, a presença de comunistas – incluindo em sindicatos, organizações e outras estruturas unitárias – como elemento fundamental de organização e dinamização da luta organizada, mas também de reconhecimento, valorização e reforço do Partido, particularmente em tempos onde a ofensiva política e ideológica contra quem faz frente aos objectivos do grande capital, como o PCP, se agudiza e intensifica.
No encerramento da reunião, Jerónimo de Sousa reiterou a importância da Conferência e da discussão que a prepara em todo o colectivo partidário, salientando o estilo de trabalho e o funcionamento do Partido. Tendo em conta a riqueza que trazem à reflexão colectiva as opiniões de todos os militantes, o dirigente sublinhou a necessidade de alargar ao máximo a participação neste processo.
A valorização da força do colectivo partidário, bem como o seu projecto, insistiu, dão confiança a um Partido que conta com mais de 100 anos de vida em que, «mesmo nos tempos mais difíceis, com o enraizamento nos trabalhadores, sempre foi possível intervir e reforçar o Partido».