Um colectivo de fraternidade

Bruno, professor de Educação Visual e Tecnológica em Armamar, refere que foi, no início dos anos 80, através de uma tia, amiga do Partido, que pela primeira vez ouviu falar do PCP. No entanto, só muitos anos mais tarde se decidiu a juntar ao Partido e conta que o caminho que o guiou até aos comunistas foi o mais «natural» possível.

A palavra «sindicato» sempre foi um termo com o qual Bruno esteve familiarizado. O professor de 47 anos conta que o seu pai, em França, foi sindicalista na Confederação Geral do Trabalho e, assim, procurou também estar sindicalizado desde que começou a trabalhar. Quando voltou dos Açores, até onde a sua carreira profissional o levou, começou a participar nas iniciativas do Sindicato dos Professores da Região Centro. Uma coisa levou à outra: foi proposto a delegado sindical suplente, depois a suplente efectivo, dirigente sindical e, hoje, é dirigente sindical a tempo inteiro.

Ao longo da sua vida, representando e defendendo os colegas da sua estrutura sindical, foi-se aproximando do PCP, das suas ideias e opções, nomeadamente naquilo que diz respeito à protecção dos trabalhadores. Já com alguns anos de apoio à CDU já na algibeira, passou também a ter contacto com colegas que eram, de forma assumida, militantes comunistas e, finalmente, percebeu que, com eles, tinha mais elementos em comum do que em desacordo. «Para mim, foi mesmo chegar ao momento em que percebi que só faltava mesmo assinar a ficha de inscrição», afirmou. Recebeu o convite e assim fez.

«A única coisa foi poder começar a participar na discussão colectiva», responde Bruno quando questionado acerca das diferenças do antes e do após. «Na discussão das células, nos vários organismos, estou bastante satisfeito em poder participar nessa discussão toda», revela. Este militante, que se inscreveu em Dezembro de 2020, confessa que começou a sentir outra responsabilidade quando se inscreveu. No entanto, para ele, não há nada mais gratificante do que ver os resultados de toda a discussão e trabalho do colectivo partidário. «Traz-nos alegria e a convicção que construir uma outra sociedade é, de facto, possível», afirma, acrescentando que para isso, o PCP «é fundamental».

David, mais novo, com 22 anos, conta uma história muito diferente. Natural de Mangualde, vendedor de materiais de construção numa empresa familiar, só muito recentemente ouviu falar do PCP de forma mais concreta. Através de um militante que lhe começou a mostrar,de vez em quando, o Avante!,David começou a perceber que o que sempre lhe disseram acerca do Partido não era, de todo, verdade.

Este processo culminou no convite para ir à Festa do Avante!, que aceitou com alguma renitência. Porém, quando lá entrou pela primeira vez apercebeu-se da igualdade, da fraternidade e do acolhimento com que os comunistas se tratam uns aos outros e a todos os demais visitantes: «Quando lá cheguei, acolheram-me como se fosse mais um. Percebi que ali lutamos todos por igual. Não há diferenças, somos todos um», reflecte.

Bruno acabou por preencher a ficha de inscrição nas próprias mesas do Espaço de Viseu na Festa. Para já, revela que a sua forma de ver as coisas, a vida e a «política» tem mudado muito.

 



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