MPLA conquista vitória eleitoral e agradece confiança popular
O MPLA venceu as eleições gerais em Angola, realizadas a 24 de Agosto, conquistando a maioria no parlamento e reelegendo o presidente João Lourenço para um novo mandato de cinco anos.
MPLA alcança maioria e reelege João Lourenço como presidente
Os resultados divulgados pela Comissão Nacional Eleitoral (CNE) confirmaram o triunfo do MPLA com 51,17% dos votos, assegurando 124 dos 220 lugares na Assembleia Nacional e a eleição de João Lourenço e de Esperança da Costa respectivamente como presidente e vice-presidente da República de Angola.
Votaram 44,82% dos cerca de 14,4 milhões de eleitores inscritos (uma abstenção de 55,18%), registando-se 1,67% de votos brancos e 1,15% de votos nulos.
O MPLA alcançou 3.209.429 votos, elegendo 124 deputados, e a UNITA, a segunda força mais votada, conseguiu 2.756.786 votos (43,95%), garantindo 90 assentos no parlamento.
Seguiram-se o PRS, com 1,13%, a FNLA, com 1,05%, e o Partido Humanista, com 1,01%, cada um com dois deputados.
A vontade soberana do povo, através dos seus eleitores, conferiu ao MPLA a legitimidade para governar Angola durante os próximos cinco anos, afirmou o presidente do partido, João Lourenço, na segunda-feira, 29. Falando na sede do MPLA, em Luanda, após o anúncio dos resultados definitivos das eleições gerais de 24 de Agosto, destacou a maioria parlamentar e o facto de esta ter sido a quinta vitória eleitoral do MPLA, desde 1992, agradecendo ainda a confiança do povo angolano para «continuar a trabalhar pelo desenvolvimento económico e social do país e o bem-estar dos cidadãos».
A UNITA, que em todas as eleições em que participou nunca reconheceu a vitória do MPLA, adoptou agora o mesmo guião e voltou a contestar os resultados. Aliás, ainda antes da votação, acusou de fraudulento o processo eleitoral, que foi acompanhado por centenas de observadores nacionais e estrangeiros. Depois de 24 de Agosto, começou por «garantir» que o MPLA não tinha vencido as eleições, insinuou depois a existência de irregularidades na contagem e acabou, já após o anúncio oficial dos resultados, por «explicar» que o que estava em causa era o número de mandatos atribuídos pela CNE e não a vitória do MPLA. Promete mais reclamações e recursos.
PCP sobre as eleições em Angola
Através do seu Gabinete de Imprensa, o PCP divulgou no dia 29 de Agosto a seguinte nota:
«O PCP felicita o MPLA pela vitória nas eleições gerais realizadas a 24 de Agosto, com a eleição da maioria dos deputados na Assembleia Nacional e de João Lourenço como Presidente da República de Angola. Um resultado que, nas complexas condições em que tiveram lugar estas eleições, expressa o reconhecimento por parte do povo angolano do percurso histórico e papel fundamental desta força política na conquista da independência nacional, na defesa da soberania e da integridade territorial de Angola face à agressão do regime do apartheid, na conquista da paz e da reconstrução nacional no seu País.
O PCP alerta para as tentativas de colocar em causa o processo eleitoral por parte daqueles que, perante a sua derrota, e à semelhança de situações anteriores, não aceitam a vontade soberana, livre e democraticamente expressa pelo povo angolano.
O PCP denuncia as operações de ingerência que a partir de Portugal procuram, uma vez mais, promover a desestabilização em Angola.
O PCP expressa os melhores votos de sucesso ao povo angolano no caminho da concretização dos ideais que estão na origem do percurso libertador iniciado em 1961, através da superação de problemas e dificuldades e da construção de uma Angola soberana, de paz, desenvolvimento e progresso social.
O PCP afirma o empenho dos comunistas portugueses no desenvolvimento das relações de amizade entre Portugal e Angola, no interesse dos povos português e angolano e da causa da paz e da cooperação entre todos os povos do mundo.»