Livro sobre José Saramago lançado no dia 25
Têm sido muitas as iniciativas desenvolvidas em torno do centenário do nascimento de José Saramago. Entre elas, destacam-se particularmente as que vêm sendo dinamizadas pelo PCP, um pouco por todo o País.
Saramago esteve toda a vida com o seu povo e o seu Partido
Iniciativas que têm levado a novos e a velhos leitores a vida e a obra do «escritor Universal, intelectual de Abril, militante comunista», para usar a expressão que dá lema às comemorações que arrancaram com uma sessão cultural em Lisboa em Outubro de 2021.
Nessa tarde, deu-se nota da «edição de uma publicação que dê expressão à participação de José Saramago na vida do Partido, a lançar até à Festa do Avante! de 2022». Com o título José Saramago, Um Escritor com o seu Povo, o livro procura contribuir para a demonstração de como José Saramago esteve, ao longo de toda a sua vida, com o seu povo e, por conseguinte, com o seu Partido.
Esta publicação, que abre com a intervenção de Jerónimo de Sousa, Secretário-Geral do PCP, no início das comemorações, traz um conjunto de textos muito diverso: em primeiro lugar, depoimentos, escritos propositadamente para esta edição, cobrindo diversas facetas da vida política do escritor José Saramago, da sua actividade antifascista à luta por uma cultura popular, do empenho na causa da paz ao papel da sua obra literária para dar voz a todos os trabalhadores e explorados; em segundo lugar, textos da autoria de José Saramago, que sublinham a sua intensa actividade política em vários momentos decisivos da nossa história colectiva, publicados ao longo dos anos no Avante! e noutras publicações do PCP; em terceiro lugar, e partindo das mesmas fontes, José Saramago visto pelos olhos de outros; por último, uma breve cronologia que, trazendo muitos elementos da sua vida política e, particularmente, partidária, enriquece bastante outros trabalhos cronobiográficos anteriores.
O texto mais antigo da autoria de José Saramago que aqui se publica é resultado de uma mesa-redonda, publicado no Avante! de 12 de Julho de 1974. Aí, Saramago diz: «É urgente que os escritores, como cidadãos, mergulhem as suas raízes entre os outros cidadãos. Todos precisamos de seguir este caminho. Só depois de conhecer o seu povo, o escritor estará em condições de escrever e trabalhar para o seu povo. É preciso estar lá onde se vive, onde as coisas se passam, para podermos escrever sobre a realidade, reflectindo-a, participando nela.» O mais recente é da intervenção na iniciativa do 10.º aniversário da atribuição do Prémio Nobel da Literatura, que se realizou no Centro de Trabalho Vitória, em Lisboa, a 8 de Outubro de 2008: «eu deixei escrito muito claro, muito claramente, que se para ganhar o prémio Nobel era necessário abandonar as minhas convicções políticas e ideológicas, pois, não valia a pena, porque eu não abandonaria». Entre um e outro, são vários os textos a confirmar estas duas ideias.
Comemorar, ao longo deste ano, a universalidade da obra literária de José Saramago é impossível sem ter em consideração o papel do escritor na resistência antifascista e na construção do Portugal de Abril e a militância no seu partido de sempre – o Partido Comunista Português. É para a riqueza dessas comemorações que se publica este livro, a ser lançado na Feira do Livro de Lisboa a 25 de Agosto.