Lucros da GALP denunciam política do sistema desumano

Os lucros ostentados pela GALP no primeiro semestre deste ano são «a demonstração de que aquilo que está a acontecer é um inaceitável movimento especulativo em torno dos preços e que a política do Governo tem sido completamente errada», afirma o PCP.


Os resultados da GALP contrastam com as dificuldades impostas ao povo

O Partido fez as contas de acordo com as regras internacionais de contabilidade (IFRS) e realça que, ao contrário do que tem vindo a ser veiculado, os lucros da petrolífera aumentaram no período de referência para os 713 milhões de euros mais 207% que em igual período de 2021.

«A própria GALP atribui esses resultados extraordinários ao “ambiente internacional favorável” (do relatório entregue na CMVM), ou seja às guerras, às sanções e à inflação galopante, situação esta que está a ser aproveitada pelo grande capital, conforme o PCP tem denunciado», acrescenta-se em nota divulgada segunda-feira, 26, pelo gabinete de imprensa do Partido.

Para o PCP, «não deixa de ser chocante, ainda que revelador da natureza desumana do capitalismo, justificar estes lucros com o “ambiente internacional favorável”, seja pelas vítimas directas causadas pelos conflitos em curso na Ucrânia, na Somália, no Iémen, na Síria e em tantos outros países, seja pelas consequências deles decorrentes para os trabalhadores e os povos do mundo, resultantes da inflação e das restrições energéticas».

Por outro lado, acrescenta-se, «as contas da GALP também revelam dois outros números que têm sido menos difundidos: que do primeiro semestre de 2021 para o primeiro semestre de 2022 a sua margem de refinação aumentou 604%», e que «o preço de venda da energia solar gerada aumentou 170%. Ou seja, a demonstração de que aquilo que está a acontecer é um inaceitável movimento especulativo em torno dos preços e que a política do Governo tem sido completamente errada».

Na prática, é «a redução parcial de impostos» que está «a alimentar os lucros destas empresas», observa ainda o PCP, antes de sublinhar que «é também particularmente significativo que a GALP obtenha estes resultados num momento em que o encerramento da Refinaria de Matosinhos se repercute negativamente nas suas contas, para lá dos prejuízos profundos que causa à economia nacional, ao aumentar a dependência externa de um conjunto de produtos refinados».

Tal demonstra, uma vez mais, que «o interesse do grande capital não é o interesse nacional». Pelo que, o Partido insiste na necessidade de implementar medidas para travar efectivamente «a especulação com o preço dos combustíveis e devolver ao País o controlo sobre um sector estratégico para a sua economia», tais como «a fixação de preços máximos para os combustíveis; a taxação extraordinária dos lucros extraordinários que as petrolíferas estão a realizar com a especulação, a guerra e as sanções; o fim da dupla tributação do IVA sobre o ISP ou a recuperação do controlo público da GALP».

«São medidas de ruptura com a liberalização do sector e com a subserviência nacional face às imposições da União Europeia e do grande capital», concluem os comunistas portugueses.



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