Para contrariar o aumento dos salários e agravar a exploração, o capital, as forças políticas e outros propagandistas que o servem recorrem a todos os expedientes.

Quando, aproveitando a epidemia, a guerra e as sanções, se verifica uma escalada de especulação dos preços, o aumento dos juros e os salários perdem poder de compra, vêm dizer que os salários não devem aumentar porque provoca inflação e as empresas não podem pagar. A inflação não foi provocada pelos salários, os trabalhadores e os seus salários é que são vítimas da inflação e o aumento dos salários é ainda mais necessário para que não se degradem as condições de vida e como factor de aumento de poder de compra determinante para o desenvolvimento económico.

Quando são confrontados com o aumento dos salários, vêm defender a diminuição dos descontos para a Segurança Social (TSU), para aumentarem os lucros e pôr em causa a Segurança Social e os direitos que esta garante aos trabalhadores e à população.

Quando se impõe mais justiça fiscal e a garantia dos recursos necessários para o País, tributando mais o capital e diminuindo os impostos sobre os trabalhadores, vêm defender a redução dos impostos em geral, para efectivamente reduzirem os impostos sobre os lucros, pondo em causa o financiamento dos serviços públicos, beneficiando o grande capital e agravando a injustiça fiscal.

Quando são os trabalhadores que criam a riqueza, que só em parte vai para o seu salário, vêm defender a entrega de dinheiro público ao patronato em nome do estímulo a aumentos salariais.

Quando se impõe a redução do horário de trabalho para as 35 horas para todos os trabalhadores e o combate à desregulação dos horários, vêm abrir uma discussão sobre aspectos laterais do horário de trabalho, como a semana de quatro dias, para fugirem à discussão sobre a redução do horário de trabalho, sem redução de remuneração, e o combate à desregulação dos horários.

O aumento geral dos salários para todos os trabalhadores impõe-se para a reposição do poder de compra, a melhoria das condições de vida e o desenvolvimento do País. Mais salários significa que uma parte maior da riqueza criada pelos trabalhadores vai para garantir as suas condições de vida e que se reduz a parte apropriada pelo capital para acumular lucros, contribuindo assim para combater as injustiças e desigualdades na distribuição do rendimento nacional.