Inflação galopante reclama medidas urgentes
O PCP reagiu, na terça-feira, 31, aos dados divulgados pelo INE sobre o crescimento da inflação, realçando a necessidade de se adoptarem «medidas urgentes que assegurem a recuperação e valorização do poder de compra».
É preciso travar o aproveitamento que o grande capital faz da situação
Lusa
Segundo o Instituto Nacional de Estatística, verificou-se um aumento de oito por cento de variação homóloga no mês de Maio e 5,6 por cento de inflação acumulada desde o início do ano. Para o PCP, confirma-se o impacto da subida generalizada dos preços e a necessidade de medidas urgentes que assegurem a recuperação e valorização do poder de compra por parte dos trabalhadores e do povo português.
O PCP salienta a expressão particular que a subida dos preços assume nos bens energéticos e alimentares, lembrando que a mesma já vem do segundo semestre do ano passado. No entanto, denuncia, a inflação é «mais vasta e atinge de forma particularmente violenta as camadas da população com rendimentos mais baixos».
Lembrando a recente aprovação do Orçamento do Estado, o PCP realça que a vida está já a demonstrar que esse documento e o que ele consagra não servem para «responder a uma situação de agravamento diário dos preços», que corrói o poder de compra, atinge o mercado interno e engorda os lucros dos grupos económicos. O Partido sublinha ainda que o «aproveitamento pelo grande capital, quer da epidemia, quer da guerra e das sanções é descarado».
Assim, propõe, são precisas medidas urgentes para interromper o empobrecimento acelerado de parte da população, o agravamento da exploração e a especulação. Desde logo, o aumento geral dos salários – dos sectores privado e público –, incluindo um aumento extraordinário do Salário Mínimo Nacional para 800 euros em Julho. E, ao mesmo tempo, um aumento que reponha o poder de compra de todas as pensões, com um valor mínimo de 20 euros.
Para o PCP, há ainda que «avançar para a regulação dos preços dos combustíveis e dos bens alimentares, impondo preços máximos, tal como da habitação». Nada fazer, como pretendem PS, PSD, Chega e IL, «é ser conivente com o escandaloso aproveitamento que os grupos económicos estão a fazer da actual situação», denuncia.