«Mulheres unidas contra desigualdades e violência, pela paz e saúde do planeta»
Sob o lema «Mulheres unidas contra as desigualdades e a violência, pela paz e pela saúde do planeta», decorre em Caracas na Venezuela, de 25 a 28 de Abril, o XVII Congresso da Federação Democrática Internacional de Mulheres (FDIM).
O MDM participa na direcção da FDIM desde a década de 70
A FDIM é a maior organização internacional de mulheres, criada em Paris, em 1945, sob a égide da luta pela paz e contra o fascismo e nazi-fascismo. Nesse pós-guerra, unia-as uma exigência – «Nunca mais a guerra!».
Em Caracas, com a mesma vontade e determinação, estão reunidas mais de 300 delegadas, mulheres de 59 organizações de 28 países e quatro continentes.
Apesar dos obstáculos relacionados com a pandemia no mundo, com as guerras e dificuldades financeiras que se abatem sobre grandes regiões do planeta, impedindo viagens e deslocações, o Congresso da FDIM aí está, com mulheres destemidas e confiantes.
Como disse a presidente Lorena Peña, no acto inaugural, no passado dia 25, perante autoridades venezuelanas e organizações convidadas: «Orgulhamo-nos que se tenham ultrapassado as dificuldades e que a Venezuela tenha garantido a segurança e as condições para a realização deste Congresso».
Nas palavras acolhedoras da ministra da Igualdade venezuelana, Diva Guzmán, também a confiança de que o debate tão necessário, neste tempo, aprofundará o papel das mulheres nas transformações sociais, a exemplo do que, disse, está a acontecer na Venezuela, onde elas são verdadeiras protagonistas das mudanças.
O XVII Congresso da FDIM apontou para a importância de analisar e reflectir sobre os impactos das desigualdades, da pandemia e da ofensiva imperialista na vida das mulheres e dos povos.
Dirigentes dos quatro continentes presentes acentuaram que as linhas orientadoras deste Congresso têm em conta os desafios vindouros para construir um mundo mais justo e de paz, sem deixarem de realçar a confiança inabalável da força que as mulheres e a FDIM têm nessa batalha pelo futuro.
Saudação do MDM
O Movimento Democrático de Mulheres (MDM) português enviou uma saudação ao XVII Congresso da FDIM, salientando que, em tempos de pandemia, a realização do fórum é um êxito das mulheres do mundo inteiro.
A mensagem lembra que, como membro do Direcção da FDIM desde os anos 70, o MDM participa com o maior empenho nas suas realizações. Fruto desse empenhamento e prestígio, o MDM recebeu em Portugal, depois da liberdade conquistada com o 25 de Abril, reuniões do Comité de Direcção que «ajudaram a consolidar relações de amizade, alargaram as redes de conhecimento e informação dentro do nosso país, aperfeiçoaram as nossas redes de solidariedade e os nossos posicionamentos».
Explica que a não presença física do MDM no Congresso não significa afastamento nem falta de ânimo ou de vontade de continuar a contribuir para o reforço da FDIM, e para a cooperação entre organizações, designadamente na Europa.
Assegura que, em Portugal, «temos dado voz à solidariedade internacional. Contra os bloqueios e sanções. Temos dado voz ao activismo bilateral com vários países e organizações de mulheres em luta. Pelas questões da paz e dos direitos das mulheres. Pela defesa de uma cultura de não violência sobre as mulheres e contra o tráfico de mulheres para fins de exploração sexual e prostituição. Pela defesa do direito ao trabalho com direitos como questão central no projecto de vida das mulheres de todas as idades».
Depois de elencar as actividades levadas a cabo pelo MDM, mesmo ao longo do período mais crítico da pandemia, a saudação realça que em Portugal, neste momento, «sente-se um brutal agravamento das condições de vida» a pretexto da guerra e da especulação que «está a levar a uma escalada brutal de aumento dos preços dos bens e serviços essenciais» e que, associada aos baixos salários e pensões, gera «o agravamento das condições de vida e de trabalho das mulheres».
O MDM assegura que «a luta das mulheres contra as desigualdades, as injustiças e violências, pela paz e por um planeta saudável precisa de nós, em Portugal, precisa da FDIM forte e robusta nos vários países onde agimos e lutamos».