Nicarágua «não é colónia de ninguém nem é parte de um Ministério das Colónias»

A Nicarágua qualificou a Organização de Estados Americanos (OEA) como um «instrumento de administração colonial» e ratificou a sua inabalável decisão de abandonar essa entidade.

O ministro nicaraguense dos Negócios Estrangeiros, Denis Moncada, realçou que a OEA não representou em nenhum momento a união soberana da «nossa América caribenha» e, pelo contrário, é um «instrumento do imperialismo yankee».

O chefe da diplomacia de Manágua referiu-se à OEA como sendo um mecanismo que viola direitos e independências «ao auspiciar e promover intervenções e invasões, legitimando golpes de Estado em diferentes formatos e modalidades».

«O povo e o governo da Nicarágua denunciámos e continuamos a denunciar a condição vergonhosa de um dos instrumentos políticos de intervenção e dominação do Departamento de Estado do governo dos Estados Unidos da América, chamado por equívoco e falsamente Organização dos Estados Americanos», disse Moncada.

O ministro revelou que a partir de agora o país centro-americano deixa de fazer parte de todos «os enganadores mecanismos» da OEA, «chamem-se Conselho Permanente, comissões, reuniões ou Cimeira das Américas».

«Não teremos presença em nenhuma das instâncias desse diabólico instrumento da mal chamada OEA», com um historial de «insultos, ofensas, indignidades e agressões» que não reflectem «os valores e interesses nacionais de honra, glória e vitórias», considerou Moncada.

Anunciou que a sede local da OEA em Manágua foi encerrada e manifestou o seu respeito, carinho e reconhecimento a Cuba e à Venezuela, bem como a outros povos que levam a cabo com valentia as suas lutas e acompanham a Nicarágua nas suas batalhas.

«Sentimo-nos livres das reiteradas insolências dos empregados do Departamento de Estado, que representam ali [na OEA] o servilismo, a atitude de lacaio, o entreguismo, a decrepitude e decadência de uma instituição sem brilho e reduzida pela servidão ao yankee», insistiu, numa clara crítica à histórica submissão desta instituição aos interesses e imposições dos EUA. Reiterou ainda que «a Nicarágua não é colónia de ninguém, nem faz parte de um Ministério das Colónias».

Venezuela apoia

O presidente Nicolás Maduro, em nome das autoridades e do povo da Venezuela, saudou a confirmação, pelo governo da Nicarágua, da decisão de renunciar à OEA.

Num comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Venezuela, o executivo em Caracas apoiou a medida e condenou o papel da OEA ao actuar contra a Nicarágua como se fosse um instrumento ao serviço dos EUA, para golpear a vontade do seu povo e atentar contra a sua segurança nacional, em reiterada violação dos princípios de convivência pacífica consagrados no direito internacional.

Para a Venezuela, a Nicarágua age de acordo com a sua histórica luta de resistência em defesa da soberania, independência e dignidade nacional. Nesse sentido, o governo venezuelano acompanha «a firme, legítima e corajosa decisão» das autoridades nicaraguenses e reitera a sua vontade de «construir um verdadeiro multilateralismo democrático em favor da paz, do respeito pela autodeterminação e da cooperação sincera».




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