Combater a precariedade com sentido de classe

Um futuro incerto é o que espera a esmagadora maioria dos jovens portugueses: a precariedade, a habitação inacessível, as vidas e os horários desregulados e a falta de condições para construir uma vida estável e uma família. No entanto, são também cada vez mais os que decidem que este futuro não é aceitável, que cerram os punhos e acrescentam forças àqueles que todos os dias combatem esta realidade.

Esta semana, o Avante! conversou com duas jovens trabalhadoras que fizeram isso mesmo. Trilharam o caminho íngreme da luta e encontraram o PCP. através da sua organização de juventude, a JCP, cujos militantes dão a cara diariamente em todas as lutas – nas escolas, nas fábricas e nos demais locais de trabalho.

Mariana é de Braga, tem 24 anos e desde há dois que trabalha como designer gráfica. Foi, exactamente, quando começou a trabalhar que percebeu a importância de estar organizada.

A sua consciência de classe começou a despertar quando, no início da epidemia, viu à sua volta muita gente a ser despedida, manipulada e com os seus direitos espezinhados. «Vi pessoas a sofrerem muitos abusos», conta, e nessa altura percebeu que o PCP foi o único partido que «nunca deixou de lutar e de estar ao lado dos trabalhadores». «Compreendi que era importante as pessoas estarem organizadas, perceberem e identificarem os seus problemas concretos, para podermos lutar pelos nossos direitos», acrescentou.

Ao ver a empresa multinacional em que trabalhava gerar anualmente «milhares de milhões de euros de lucro» e os seus trabalhadores a auferirem nada mais que o Salário Mínimo Nacional e serem completamente descartáveis, Mariana decidiu passar pelo Centro de Trabalho de Braga e, depois de tirar algumas dúvidas, preencher uma ficha de inscrição.

«Quantos mais formos, melhor. Mais força teremos para conseguir ir mais longe. O contributo de todos é importante», afirmou Mariana, para quem todos os avanços dos últimos anos não são dissociáveis do PCP.

Sónia tem 27 anos e é tradutora. Até há pouco, trabalhava numa empresa de tradução técnica, com falsos recibos verdes. Foi imediatamente dispensada quando o volume de trabalho da empresa reduziu. Agora é tradutora independente e trabalha, a tempo parcial, num restaurante.

Não se lembra da primeira vez que ouviu falar do PCP, mas sabe que desde que tem idade para votar que deposita a sua confiança na CDU. Da mesma maneira que Mariana, só mais tarde percebeu a importância da luta organizada. Para isso precisou de passar pela experiência do que é a precariedade no trabalho e da busca incessante por uma casa que conseguisse pagar e em que se sentisse confortável. «Precisei de passar por isso para ganhar a consciência do quão importante era estar organizado e de dar o meu contributo enquanto militante», relata.

Entretanto, começou a participar nas iniciativas do Partido e inscreveu-se em Setembro. O esforço que, desde então, faz para esclarecer os amigos, familiares e colegas de trabalho tornou-se mais intenso.

Quando questionada acerca do que mudou desde que se juntou à JCP e ao PCP, respondeu que, a nível pessoal, é «muito revigorante» saber que ao seu lado estão muitos jovens trabalhadores a lutar pelo mesmo objectivo, como a «erradicação da precariedade» ou pelo «direito à habitação».



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