Sem respostas haverá luta na Administração Pública

No dia 9 de Março, num plenário da Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública, vai ser reafirmada a exigência de que o novo Governo negoceie a proposta reivindicativa até agora ignorada.

O Governo negou a negociação da proposta reivindicativa comum

A decisão de convocar as mais de três dezenas de estruturas que integram a Frente Comum foi anunciada em conferência de imprensa, no dia 10, por Sebastião Santana. «Tememos que continuem a não ser dadas respostas aos problemas dos trabalhadores e, assim, terá de ser a luta dos trabalhadores a conseguir essas respostas», explicou o coordenador da Frente Comum, dando nota da análise sindical ao novo quadro político resultante das eleições legislativas.

Lembrou, citado pela agência Lusa, que «já tínhamos alertado os trabalhadores, antes das eleições, para um eventual cenário de maioria absoluta», que «não é favorável nem aos trabalhadores, nem aos serviços públicos». Manifestou ainda preocupação quanto à forma como será aplicado na Administração Pública o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

O local do plenário será conhecido após a formação do novo Governo, estando já anunciado que se realizará junto do edifício onde for instalado o gabinete do governante com a tutela da Administração Pública.

No final, deverá ser entregue a proposta reivindicativa comum, acompanhada de um pedido de reunião. Sebastião Santana prevê que «não vamos alterar nada na proposta que entregámos ao Governo», no final de Setembro, «porque não obtivemos resposta a nada e, agora, exigimos uma negociação séria».

Nesse documento, a Frente Comum reclama aumentos salariais de 90 euros, para todos os trabalhadores, e um salário mínimo de 850 euros. Exige também a correcção da Tabela Remuneratória Única, a actualização do subsídio de refeição para 7,50 euros, o descongelamento efectivo das promoções e das progressões nas posições remuneratórias (com a contabilização de todo o tempo de serviço) e a revogação do SIADAP, substituindo-o por um sistema de avaliação sem quotas, que valorize os trabalhadores.

Nas reuniões que formalizaram a negociação com os sindicatos, em Novembro, o Governo manteve a actualização salarial de 0,9 por cento, que decretaria em Janeiro, e não respondeu a nenhum outro ponto da proposta reivindicativa.

Os protestos dos sindicatos e dos trabalhadores tiveram um ponto alto na greve nacional, realizada a 12 de Novembro, e na participação na manifestação que a CGTP-IN promoveu na semana seguinte, dia 20.

 



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