Sai às ruas ainda em Janeiro «desagrado» na Águas de Portugal
O STAL e a Fiequimetal estão a mobilizar os trabalhadores das empresas do Grupo Águas de Portugal (AdP) para uma iniciativa designada «Manifesto do Desagrado», em Lisboa, durante o mês de Janeiro.
A luta é a resposta à recusa de negociar salários e cumprir o ACT
«Junto das sedes da AdP e de outras entidades que lhe estão associadas», como se refere num comunicado, emitido no final de Dezembro, com o título «Palavras bonitas não pagam as contas», as estruturas sindicais da CGTP-IN apelam a que os trabalhadores manifestem o seu «profundo descontentamento» e exijam soluções para «os graves problemas laborais que os afectam».
Desde a assinatura do Acordo Colectivo de Trabalho (ACT) para as 15 empresas do grupo público, cujo texto ficou negociado em 2 de Agosto de 2018 e teve publicação oficial em Novembro daquele ano, «em nenhum momento existiu, por parte da AdP, vontade de cumprir».
Assim sucedeu com a «acta assinada por ambas as partes, para a definição de carreiras e dos conteúdos funcionais», mas está em causa o cumprimento, em geral do ACT.
Em funções desde Maio de 2020, o Conselho de Administração da AdP (SGPS) não pode ignorar as iniciativas sindicais, nem a greve realizada a 11 de Junho de 2021, nem descarta-se das responsabilidades antes assumidas pela empresa.
No comunicado, o CA é criticado por ter vindo a transmitir «que se empenharia, junto das entidades competentes, em encontrar a melhor forma para resolver as diversas matérias que dizem ter consciência constituírem um problema no seio do Grupo».
Afinal, a 15 de Dezembro, «o CA teve o desplante de informar as duas estruturas sindicais de que continua a não estar em posição de rever as propostas apresentadas pelos trabalhadores, afirmando que qualquer assunto sobre o custo acrescido em relação com o pessoal, simplesmente, não pode ser discutido!». Mas o Grupo AdP, salientam a Fiequimetal e o STAL, «em 2020, registou cerca de 78,5 milhões de euros de lucro, e, nos últimos 10 anos, “meteu ao bolso” mais de 700 milhões de euros».
Quanto ao subsídio de insalubridade e penosidade e aos aumentos salariais para 2021-2022, «simplesmente não constamos no Orçamento do Estado, o que demonstra a importância que os trabalhadores do Grupo AdP têm para o nosso Governo».
«As “palavras bonitas” e os “elogios baratos” não fazem crescer os salários, nem pagam as contas do dia-a-dia de quem trabalha», afirma-se no comunicado, salientando que, «sem a luta dos trabalhadores, os seus problemas não se resolvem».