Defesa do ambiente ou dos lucros privados?
Analisando com profundidade as conclusões da recente Cimeira do Clima (COP26), o PCP sublinha a insuficiência dos seus objectivos e realça a discussão que não se fez, sobre a urgência de uma mudança de políticas e não só na esfera ambiental.
A discussão sobre a urgente mudança de políticas ficou por fazer
«COP 26 – Objectivos insuficientes e favorecimento dos negócios» é o significativo título dado pelo PCP ao seu comunicado sobre a realização e conclusões da cimeira de Glasgow, divulgado recentemente. Para o Partido, os objectivos e decisões ali assumidos são insuficientes, face à dimensão dos problemas ambientais, ao mesmo tempo que não foi travada a «discussão que importa fazer, sobre a urgência de uma mudança de políticas que não se esgota na dimensão ambiental», devendo abarcar também as esferas social e económica e o reconhecimento do direito dos povos ao desenvolvimento.
Entre as medidas que importa considerar para a referida «mudança», o PCP realça a adopção de uma abordagem normativa à redução de emissões, «por oposição à abordagem de mercado», a valorização da produção e consumo locais, a regulação justa do comércio internacional, a promoção de políticas de mobilidade sustentáveis, a necessidade de recuperação do controlo público de sectores estratégicos, o desenvolvimento de políticas de combate à obsolescência programada, o investimento na investigação científica, a luta contra a guerra, o militarismo e a indústria do armamento, que são dos fenómenos «mais poluentes a nível mundial».
A política ambiental que se impõe, sublinha o PCP, deve apostar na preservação do equilíbrio da Natureza e dos seus sistemas ecológicos, que respeite o «princípio da precaução» face a novas ameaças e problemas e garanta a «democratização do acesso e usufruto da Natureza, combatendo a mercantilização do ambiente e a sua instrumentalização ideológica».
Voltaremos a este assunto.