Cuba: normalidade e manipulação mediática

Em Cuba, em consonância com o controlo da COVID-19 e a normalização da vida no país, foram retomadas as operações nos aeroportos e relançada a indústria turística. Na generalidade dos média, porém, a «realidade» é outra.

Cubanos celebraram no dia 15 o retorno à normalidade no país

O presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, encabeçou em Havana, no dia 15, o acto central de reinício do ano lectivo para mais de 700 mil alunos, com os quais já somam 1,7 milhões os estudantes que frequentam as 10.754 instituições educacionais do país.

Enquanto Cuba celebrava o regresso à normalidade possível em tempo de pandemia, meios de informação internacionais focavam a cobertura «jornalística» em protestos que não existiram, alentados do exterior com o apoio de agentes políticos internos.

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Bruno Rodríguez, confirmou que fracassou, face à rejeição popular, a operação político-comunicacional promovida pelo governo dos EUA contra Cuba, parte da guerra não convencional visando criar um clima de ingovernabilidade. Não houve o anunciado corte da Internet na ilha nem tão-pouco a repressão, as marchas ou a «militarização» antecipadas por alguma imprensa, assinalou.

Em entrevista à Associated Press, o chefe da diplomacia cubana condenou a instigação e o financiamento de Washington, com enormes verbas, da subversão contra a ilha. «Dá a impressão que Cuba é o único país do mundo em que um protesto que não existiu se converteu numa notícia internacional», comentou. E desmentiu que Cuba tenha acordado com Espanha facilitar a saída para Madrid do «desaparecido» Yunior Garcia, um dos cabecilhas da fracassada marcha desestabilizadora.

Para Bruno Rodríguez, no dia 15 a sociedade cubana encheu espaços públicos para reafirmar o apoio à Revolução, celebrar a reabertura após o controlo da pandemia e festejar os 502 anos de Havana.




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