Sandinistas vencem eleições na Nicarágua

Na Nicarágua, a Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLM) venceu com ampla maioria as eleições presidenciais e legislativas realizadas no domingo, 7, continuando assim a governar o maior país da América Central.

A Nicarágua registou importantes avanços sociais nos últimos anos

O presidente Daniel Ortega foi reeleito para um mandato de cinco anos, com a vice-presidente Rosario Murillo. Os sandinistas e aliados, coligados na Aliança Unida Nicarágua Triunfa, obtiveram também a maioria na Assembleia Nacional.

A presidente do Conselho Supremo Eleitoral, Brenda Rocha, anunciou, na segunda-feira, 8, quando estavam escrutinados 97,74% dos boletins, que os candidatos da FSLN à presidência e à vice-presidência, Daniel Ortega e Rosario Murillo, conquistaram 75,92% dos votos. Nessa contagem ainda incompleta, os sandinistas obtiveram dois milhões, 053 mil e 342 votos.

O Partido Liberal Constitucionalista consolidou-se como a segunda força mais votada, com 14,15% do total escrutinado. Seguiram-se os partidos Caminho Cristão Nicaraguense, Aliança Liberal Nicaraguense, Aliança pela República e Partido Liberal Independente.

A participação eleitoral foi de 65,23% dos quase 4,5 milhões de nicaraguenses inscritos nos cadernos eleitorais.

Estas foram as quadragésimas-nonas eleições na Nicarágua, entre elas oito eleições gerais, celebradas desde o derrube da ditadura de Anastasio Somoza, pela FSLN, em 1979.

A vitória dos sandinistas favorece a continuidade do desenvolvimento construído ao longo destes últimos 14 anos de gestão da FSLN pelo governo «de reconciliação, paz e unidade» do presidente Daniel Ortega. Grandes avanços foram registados na saúde e educação – universais e gratuitas – e na economia, apesar das ingerências e sanções impostas pelos Estados Unidos da América. Para 2021, não obstante a pandemia de COVID-19, estima-se que o Produto Interno Bruto da Nicarágua cresça cerca de 7%.

Este processo de votação foi acompanhado por 232 «acompanhantes eleitorais» de 27 países, convidados pelo governo de Manágua, que não estendeu os convites a observadores da União Europeia (UE) e da Organização dos Estados Americanos (OEA), que no essencial convergem com a agenda de ingerência e desestabilização dos EUA.

Logo após o anúncio dos resultados, Cuba, Venezuela, Bolívia e Rússia, entre outros países, organizações e personalidades, saudaram a vitória de Daniel Ortega e da FSLN e condenaram as pressões exercidas pelos EUA sobre a Nicarágua soberana. Ao contrário, e sem surpresa, Washington e Bruxelas não reconheceram os resultados das eleições nicaraguenses e ameaçaram prosseguir a política intervencionista contra a nação centro-americana.




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