Venezuela rejeita intromissões de representante da União Europeia

Os eleitores venezuelanos vão às urnas a 21 de Novembro para eleger os 23 governadores e 335 alcaides do país, bem como quase três mil membros dos conselhos legislativos regionais e dos conselhos municipais.

Venezuelanos vão às urnas eleger governadores e órgãos regionais e municipais

O governo da Venezuela rejeitou as «intromissões» do responsável da política externa da União Europeia, Josep Borrel, que se referiu a temas relacionados com a migração e a democracia venezuelana.

«Rechaçamos a sua insistência e obsessão contra a Venezuela», afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros da Venezuela, Félix Plasencia, na rede social Twitter. «A sua pretensão de dar lições sobre democracia, liberdade e prosperidade deveria dedicá-la a servir as necessidades dos cidadãos europeus», escreveu o chefe da diplomacia de Caracas. «Insiste em dedicar a sua retórica contra o meu país. Recordo-lhe que a Venezuela Bolivariana lidera em cooperação, solidariedade e desenvolvimento na nossa região; é uma terra de oportunidades para o nosso povo e para milhões de imigrantes», acrescentou.

Félix Plasencia convidou a União Europeia a assistir sem tentativas de ingerência às eleições regionais e municipais que o país sul-americano celebra a 21 de Novembro, com a participação de cerca de 70 mil candidatos de todas as forças políticas da oposição e da coligação que apoia o governo (Grande Pólo Patriótico, formado por nove partidos e movimentos), resultado de um diálogo inclusivo.

Será a 29.ª vez que os cidadãos vão às urnas na Venezuela Bolivariana, «num evento aberto ao mundo no qual se ratificará a solidez da nossa democracia e do nosso sistema eleitoral», realçou o ministro dos Negócios Estrangeiros. «A União Europeia está convidada a esta festa de protagonismo popular no quadro do nosso indeclinável compromisso soberano», insistiu.

70 mil candidatos
para 3.082 cargos

O presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, Pedro Calzadilla, destacou que todas as forças políticas do país participarão nas eleições regionais e municipais do próximo dia 21. Comentou, em declarações à imprensa, que «nesta eleição temos uma novidade que é a participação da totalidade das forças políticas que fazem vida na Venezuela», já que «nas eleições passadas algumas organizações políticas decidiram não participar».

Serão disputados, nas urnas, 3.082 cargos públicos por cerca de 70 mil candidatos, pertencentes a 37 organizações políticas nacionais e 43 regionais. Todos as forças políticas apresentaram candidatos, o que é considerado «um indicador muito estimulante».

A campanha eleitoral começou a 28 de Outubro e termina no próximo dia 18, estando o CNE a monitorizá-la e a trabalhar para garantir que nos meios de informação haja um equilíbrio informativo e se conceda uma participação justa aos candidatos.

Pedro Calzadilla recordou que nos últimos anos «foi orquestrada uma acção de descrédito, deslegitimação, de ataque, de quase criminalização da institucionalidade do Estado venezuelano e o CNE foi o alvo central desses ataques». Explicou que tal se deveu ao facto do CNE ser o órgão dirigente dos processos eleitorais, enfatizando, contudo, que os resultados das eleições «são produto do exercício democrático realizado pelo povo venezuelano».

Sendo o voto na Venezuela electrónico, o presidente do CNE reiterou que o sistema automatizado de votação no país «é o mais auditado na história da humanidade». Há 16 auditorias que se fazem aos distintos componentes do sistema, auditorias essas que se realizam «antes, durante e depois do processo».

Sobre o acompanhamento internacional das eleições, Pedro Calzadilla esclareceu que, desde Maio passado, foram convidados a enviar observadores a União Europeia, o Centro Carter (dos Estados Unidos da América) e a Organização das Nações Unidas. Reafirmou que o CNE oferece amplas garantias de acompanhamento, supervisão e observação internacional.




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