Reforçar o Partido é essencial para avançar na luta por melhores condições de vida
«Somos um Partido que os trabalhadores, o povo e o País precisam que seja mais forte e mais influente», salientou Jerónimo de Sousa no comício de sábado, dia 9, na cidade de Setúbal, que levou um grande número de militantes, apoiantes e amigos do PCP até ao cinema Charlot.
PCP, uma força que está ao teu lado em todas as lutas
«PCP – Força decisiva. Ao teu lado todos os dias» foi o lema do comício de sábado passado, um dos três programados para o mês de Outubro, juntamente com o que se já realizou em Lisboa, no dia 1, e o que está agendado para o próximo dia 16, no Porto.
O PCP é, de facto – é a vida que o demonstra todos os dias –, a única força política que está ao lado trabalhadores, dos jovens, das camadas laboriosas do povo português em todos os momentos, pautando-se sempre por uma inabalável dedicação à causa e à luta por melhores condições de vida. Antes e após os momentos eleitorais, como durante a ditadura fascista, na Revolução de Abril e na construção e defesa do regime democrático, nos seus 100 anos de história e com toda a certeza nos que aí vêm – quem esteve presente no comício de sábado, se já não o sabia, seguramente que de lá saiu com esta firme convicção –, o PCP e os seus militantes não arredam pé dos combates que há a travar. Nunca o fizeram e nunca o farão!
«Da parte do PCP, temo-lo dito,
não temos por hábito
desistir de nenhuma batalha
antes de a travar»
São muitos os exemplos que aqui poderiam ser enumerados, mas não é preciso recuar mais do que um mês para encontrar um momento concreto que comprova que ao lado do povo português só está uma força política: a CDU realizou uma campanha que tocou, praticamente, todos os concelhos do País para as eleições autárquicas de 26 de Setembro. Nos dias que se seguiram, lá estavam de novo os comunistas, os ecologistas, os democratas e os progressistas nas ruas, nos locais de trabalho, nos bairros e nas escolas.
Combate exigente
Foi, exactamente, sobre as passadas eleições que Jerónimo de Sousa começou por se debruçar: «Não foi uma batalha fácil esta que acabámos de travar. Tudo o que se conseguiu exigiu um duplo esforço, porque tivemos de enfrentar um conjunto de factores adversos, num quadro particularmente exigente, no qual nos batemos com armas muito desiguais e que dá valor ao resultado alcançado pela CDU».
«Não iludimos perdas, mas não aceitamos que se apague um resultado que fica igualmente marcado pela obtenção de maiorias em 19 municípios», cerca de 451 mil votos e de 9,1 por cento do total nacional e a eleição de mais de dois mil mandatos directos, acrescentou o dirigente comunista. «E se nós não excluímos a necessidade de uma avaliação de fragilidades e insuficiências que são nossas, tendo em vista a sua superação, não podemos calar também as condições em que travámos este combate», denunciou ainda Jerónimo de Sousa, ao sublinhar que a campanha anticomunista, a promoção dada a outras forças políticas, a instrumentalização de meios do aparelho de Estado ao serviço do partido do Governo, a deturpação, a mentira e a manipulação foram elementos que, sem espaço para dúvidas, pesaram «nos resultados eleitorais».
Certo é que, e ninguém o poderá negar, os comunistas estão mais do que «prontos a prosseguir a dinamização da acção política para as batalhas futuras» que aí virão.
Enfrentar problemas
«Passadas as eleições, coloca-se, agora, com mais premência, a necessidade de dar resposta aos problemas do País», relembrou o Secretário-geral.
Portugal enfrenta uma panóplia de desafios estruturais, provocados, em larga medida, por décadas de política de direita, pela epidemia e pelo aproveitamento que dela fizeram os grandes interesses económicos e pela «teimosia» do Governo do PS que não oferece respostas concretas a problemas concretos e continua a submeter-se aos interesses e às imposições da União Europeia.
Salários e reformas baixas; desemprego estruturalmente elevado; operações de despedimento colectivo; precariedade; agravamento do custo de vida com energia, alimentação e habitação; destruição e definhamento do aparelho produtivo e desindustrialização; micro, pequenas e médias empresas em situações de fragilidade e cedências aos interesses dos grupos económicos – são estes os problemas que urge serem resolvidos.
«Não se pode adiar mais
o assumir da questão dos salários
como uma emergência nacional»
Se é certo que por «intervenção do PCP e pela luta dos trabalhadores se alcançaram avanços e medidas que consagram direitos e aliviaram dificuldades nestes anos mais recentes», não deixa de ser igualmente verdadeiro que o que é «decisivo e inadiável é dar plena solução aos problemas estruturais, aos problemas que acumulam ano após ano e que marcam a vida dos trabalhadores e do povo», contrapôs Jerónimo de Sousa.
«O Governo e o PS é que faltam
com a sua vontade
para dar as respostas de que o País precisa»
«Os salários, as reformas, os direitos laborais, a habitação, a protecção e apoio à infância e às crianças, os serviços públicos, o controlo de empresas estratégicas» são questões cuja resposta não pode esperar pelas «opções de classe do PS».
Ao lado de quem trabalha
«Os trabalhadores do concelho de Setúbal sabem com quem contar em todas as lutas. Nas empresas e locais de trabalho, os comunistas estão na primeira linha do combate por melhores salários e mais direitos para quem trabalha», afirmou João Afonso Luz, membro da Comissão Concelhia do PCP, que foi o primeiro a usar da palavra naquela tarde.
Em Setúbal, os trabalhadores continuam a lutar em defesa dos seus direitos e nessa luta contam sempre com o PCP, todos os dias, ao seu lado. Algo que motivou aquele dirigente a saudar os trabalhadores em luta do Banco Comercial Português e do Santander Totta, da Carl Zeiss, da Lisnave Yards, dos caminhos-de-ferro, das Infra-estruturas de Portugal e da Lauak.
O PCP «não faltará ao combate do OE»
«Esta é a hora de assumir uma resposta clara aos problemas estruturais que marcam a nossa vida colectiva», afirmou Jerónimo de Sousa, aludindo ao momento da apresentação do Orçamento do Estado (ver páginas 12 e 13).
«Já não é tempo de repetir, ano após ano,
a ideia de que não se pode fazer tudo ao mesmo tempo e dar tudo a todos,
quando de facto se dá sempre tudo a alguns poucos
e se nega muito a todos os outros»
Para o PCP, o Orçamento que em breve começará a ser discutido tem de «transportar consigo respostas às aspirações dos trabalhadores e do povo português» e que se tem de «inserir numa política mais global de resposta aos problemas do País, em vez de ser um somatório de medidas avulsas». «Da parte do PCP, temo-lo dito, não temos por hábito desistir de nenhuma batalha antes de a travar e estamos a travá-la. Mas também temos presente que não se pode continuar a adiar respostas, a acumular problemas e a comprometer o futuro», advertiu o dirigente comunista.
«O tempo é de dar sinais claros que se quer fazer outro caminho, traduzir essa vontade na prática e na acção governativa e expressá-lo também de forma clara no Orçamento de Estado», acrescentou.
No entanto, é enorme a distância entre o que é necessário dar resposta e o que a proposta do Orçamento parece acolher. Uma distância enorme na necessidade de um aumento geral dos salários e do Salário Mínimo Nacional para 850 euros, no aumento das reformas e pensões, no imperioso reforço do SNS, na resposta aos problemas da habitação e na efectiva criação de uma rede pública nacional de creches.
«O PCP tomará iniciativa para afirmar e confrontar o Governo com respostas e soluções em matérias decisivas para a vida dos trabalhadores e das populações», concluiu.
«O PCP está, como sempre esteve,
pronto a intervir para soluções e respostas claras»
Um Partido para todos os dias e para o futuro
O compromisso do PCP com os portugueses e a sua firme disposição de continuar a vencer dificuldades e obstáculos, lutando, todos os dias, em todas as frentes, pela construção de um Portugal com futuro não é de agora. É um compromisso de sempre.
«A situação que vivemos exige uma forte iniciativa política deste Partido necessário e insubstituível na defesa dos interesses dos trabalhadores e povo», realçou Jerónimo de Sousa.
«Tivemos um combate muito difícil, mas resistimos. Este Partido precisa de ser mais forte para ser capaz de levar por diante a luta para melhorar a vida de todos», continuou, acrescentando que os difíceis combates fazem parte da vida dos comunistas e do «confronto de classes».
«Podemos dizer que grande Partido temos
e que grande Partido somos»
«Esta batalha que travámos em condições tão difíceis demonstra a razão de estarmos agora a celebrar 100 anos: é porque estivemos sempre do lado certo. Estamos e continuaremos sempre a estar do lado certo», disse Jerónimo de Sousa ao terminar a sua intervenção.