Jovens trabalhadores estão hoje nas ruas de Lisboa e do Porto

MOBILIZAÇÃO Organizado pela Interjovem, com todo o movimento sindical unitário, hoje é um dia nacional de luta da juventude trabalhadora, ponto alto no combate por emprego estável e com direitos.

Conscientes e organizados, os jovens lutam e alcançam resultados

Sob o lema «Mais emprego, mais salário, mais estabilidade! Com coragem e confiança, lutar pelos nossos direitos», a organização de juventude da CGTP-IN convocou para hoje, às 15 horas, duas manifestações, momentos de uma jornada nacional, a assinalar o Dia Nacional da Juventude (28 de Março).

Numa nota publicada anteontem, a Interjovem recorda que nesta data, em 1947, «juntaram-se centenas de jovens, num acampamento organizado pelo Movimento de Unidade Democrática Juvenil (MUD Juvenil) em Bela Mandil, no Algarve», e, «tal como já tinha acontecido noutras vezes e a outros antifascistas, foram reprimidos de forma violenta pela PIDE».

«Foi a luta destes jovens e do povo do nosso País que levou, após anos de resistência, à Revolução de Abril e às conquistas que ela nos trouxe», sendo que «este dia passou a ser comemorado em Portugal por estar associado à luta da juventude, mesmo nas piores condições de repressão, por uma vida melhor».

Em Lisboa, depois de uma concentração junto do Campo Pequeno, os manifestantes deslocam-se para o Ministério do Trabalho, onde intervirão Dinis Lourenço, da Interjovem, e Isabel Camarinha, Secretária-geral da CGTP-IN.

No Porto, a concentração inicial é na Praça dos Poveiros, seguindo para a Praça D. João I, onde vão intervir Inês Branco, da Interjovem, e Tiago Oliveira, coordenador da União dos Sindicatos do Porto e membro da Comissão Executiva da CGTP-IN.

Das razões que justificam a participação dos jovens nestas manifestações – com a ausência ao trabalho justificada por pré-avisos de greve, em muitos sectores –, são destacadas as exigências de estabilidade no emprego e de aumento real dos salários.

De classe
e moderno

O sindicalismo de classe da CGTP-IN é moderno, ao contrário do que procuram afirmar com uma intensa ofensiva ideológica, sublinhou Isabel Camarinha, contrapondo que o que não é moderno é a exploração a que os trabalhadores são submetidos pelos patrões, pelo capital; o que não é moderno é a desregulação dos horários de trabalho e o seu aumento, quando em Portugal a semana de 40 horas foi conquistada não há assim tanto tempo, depois de muita luta.

A Secretária-geral da CGTP-IN interveio num debate sobre «Os jovens e o sindicalismo», no dia 19.

Neste segundo debate – de uma série de três que a Interjovem realizou, com transmissão na sua página na rede social Facebook (facebook.com/InterjovemCGTP), onde estão publicados – Isabel Camarinha lembrou a origem dos sindicatos, como resposta dos trabalhadores à sua exploração, para terem mais força perante os patrões, e realçou que, tomando consciência da sua condição de explorados, unindo-se e organizando-se nos seus sindicatos, os trabalhadores conseguem melhorar as condições de vida e de trabalho.

No mesmo debate, moderado por Nicole Santos, dirigente nacional da Interjovem, Dinis Lourenço salientou o papel dos sindicatos no esclarecimento e na organização dos jovens, logo no momento em que entram no mercado de trabalho, pois têm grande desconhecimento sobre os seus direitos laborais, devido ao défice de participação e informação, favorecido por um sistema que mantém constantes pressões no sentido do individualismo.

À Interjovem cabe um papel importante para encontrar as melhores formas de levar aos jovens o conhecimento sobre os seus direitos e sobre os sindicatos e sobre a vantagem de lutar de forma organizada, ao lado dos demais trabalhadores, acentuou o responsável nacional da Interjovem.

No dia 18, o tema «Os jovens e a precariedade» foi abordado por Ana Pires (Comissão Executiva da CGTP-IN), Luís Figueiredo (dirigente do CESP) e Nuno Coelho (coordenador do Sindicato da Hotelaria do Norte). «Os jovens e o teletrabalho», no dia 20, teve intervenções iniciais de Teresa Carvalho (dirigente do Sinttav e trabalhadora de um centro de contacto), Andrea Araújo (Comissão Executiva da CGTP-IN) e José Manuel Jara (psiquiatra). Estes dois debates foram moderados por Inês Branco, dirigente nacional da Interjovem.

 



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