Vitória parcial reforça na Groundforce estabilidade sem aventureiros
RESULTADO A solução que permitiu o pagamento dos salários na SPdH (Groundforce) é «uma vitória parcial, mas uma vitória», salientou o Sitava/CGTP-IN, saudando a posição firme dos trabalhadores.
O Estado deve assumir uma posição maioritária na empresa
O Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos reagiu anteontem, dia 23, ao acordo alcançado nos dias 18 e 19, entre as administrações da TAP e da SPdH (Serviços Portugueses de Handling, que opera sob a designação comercial Groundforce Portugal). Os equipamentos da empresa de assistência em terra foram adquiridos pela transportadora aérea por cerca de sete milhões de euros, passando a SPdH a pagar pelo seu aluguer. A verba permitiu regularizar os salários de Fevereiro e impostos.
Esta é, contudo, «uma solução única, portanto não repetível», suscitando da parte do Sitava interrogação legítima quanto ao que sucederá nos meses seguintes.
A SPdH «é uma empresa saudável, sem qualquer desequilíbrio estrutural que a coloque em risco económico», reafirma o sindicato. «A crise que estamos a atravessar é conjuntural e, por isso, superável, assim queiram os accionistas, principalmente o accionista maioritário» (Pasogal, do Grupo Urbanos), mas «capitalistas sem capital muito dificilmente poderão fazer parte de qualquer solução e, se esses capitalistas adoptarem como forma de vida enganar o próximo, então ainda menos».
No comunicado sindical recorda-se que «vivemos os últimos vinte dias a assistir ao tal capitalista (como ele próprio se intitulou) a tentar iludir o País, em geral, e os trabalhadores, em particular, mentindo descaradamente sobre a sua intenção de contribuir para resolver o problema dos salários e da empresa».
Para o Sitava, «uma grande empresa como a SPdH/Groundforce, com a importância que tem na economia nacional e particularmente no ecossistema do turismo, não pode estar nas mãos de aventureiros, sobretudo de aventureiros falidos que em boa verdade nunca deveriam ter entrado na empresa».
PCP insiste
na nacionalização
O Secretário-geral do PCP voltou a defender, no dia 18, a nacionalização da empresa de handling, «para garantir que a nossa economia fique mais forte, para que no plano social não criemos uma situação dramática de desemprego, de salários em atraso, de despedimentos, particularmente daqueles que têm vínculo precário».
Jerónimo de Sousa, com uma delegação do Partido, esteve na manifestação dos trabalhadores da SPdH, que se concentraram junto das chegadas do Aeroporto Humberto Delgado, ao final da manhã da passada quinta-feira, deslocando-se depois para as instalações da empresa, em manifestação, cerca de um quilómetro. Aqui receberam a notícia do princípio de acordo entre as administrações.
Para o Secretário-geral do Partido, é fundamental «aprofundar uma solução duradoura». Sublinhou «a força da unidade destes trabalhadores, que conhecendo as ameaças e os perigos, não desistem, estão aqui a lutar».
No protesto, convocado por todas as organizações representativas dos trabalhadores da SPdH (Groundforce), integrou-se uma delegação da CGTP-IN, dirigida pela Secretária-geral, Isabel Camarinha, e da qual fizeram parte dirigentes da Fectrans, «para transmitir toda a solidariedade com os trabalhadores em luta pela defesa da empresa e pagamento dos seus salários», informou a federação.