O futuro tem Partido, um Partido para o nosso tempo!

Armindo Miranda (Membro da Comissão Política)

As comemorações do Centenário do Partido estão em desenvolvimento e vão ter um ponto alto no próximo dia 6 de Março, momento em que serão contactados muitos milhares de trabalhadores e realizadas 100 acções em todo o País.

Velhas são a exploração e a opressão capitalistas. O PCP é o futuro

Aí será exaltada a vida gloriosa deste Partido patriótico e internacionalista, que nasceu das fábricas, onde iniciou a sua luta ao lado da classe operária, de todos os trabalhadores e do povo por uma nova sociedade justa, solidária e por isso verdadeiramente democrática.

Ao mesmo tempo a direita, e nomeadamente a direita mais reaccionária e retrógrada, a partir dos arquivos do sótão das velharias anticomunistas prepara já os documentários, os filmes, os livros, as entrevistas aos chamados ex-comunistas, etc. para, a propósito do centenário do PCP, levar a cabo mais uma campanha anticomunista, onde o capitalismo será apresentado como coisa boa, moderna, justa e sem alternativa. E em que o PCP e os ideais pelos quais luta serão apresentados como coisa velha, ultrapassada e parada no tempo.

Interessa, por isso, antecipar algumas respostas à campanha contra o Partido e afirmar com orgulho, confiança e grande determinação que o projecto do PCP traz consigo o novo e o futuro e que PCP é um partido para o nosso tempo! Velhas são a exploração e a opressão, que existiam já na sociedade esclavagista e que no capitalismo continuam a ser a base essencial. Nova é a sociedade que consta no Programa do PCP. «A democracia avançada que o PCP propõe ao povo português visa resolver muitos dos mais graves problemas actualmente existentes. Mas a liquidação da exploração capitalista, o desaparecimento geral e efectivo das discriminações, desigualdades, injustiças e flagelos sociais é tarefa histórica que só com a revolução socialista é possível realizar».

O velho e o novo

Velhas e caducas são as desigualdades sociais e a injusta distribuição da riqueza, que em Portugal se traduz na existência de mais de dois milhões de pessoas a viver na pobreza, ou no seu limiar, sendo a grande parte assalariados ou pensionistas (dados do INE de antes da pandemia). Ao mesmo tempo, devido à concentração cada vez maior da riqueza, as fortunas superiores a 20 milhões de euros crescem todos os anos. Novas são as propostas do PCP, que apontam para mais justiça social, valorizando quem trabalha e produz a riqueza do País, através de um aumento geral de salários – a começar pelo aumento do salário mínimo para 850 euros: propostas rejeitadas pela direita e extrema-direita, a que se juntaram os votos do PS.

Velho é aceitar que o grande capital, através dos seus mandantes na UE, imponha ao nosso País a destruição da sua agricultura, pescas e indústria, para colocar em Portugal o excesso de produção das principais potências. Novo é pôr Portugal a produzir, a partir de um projecto nacional de desenvolvimento económico que contemple a reindustrialização e descentralização industrial, a soberania alimentar e energética, assim como planos de desenvolvimento regionais com vista a potenciar todas as riquezas do País e reforçar a coesão nacional: centenas de milhares de postos de trabalho seriam criados e aumentada de forma substancial a produção e riqueza nacionais, tão necessárias para melhorar as condições de vida do povo português.

Velha é a visão elitista da direita do acesso à cultura. Novo é o que preconiza o PCP no seu programa, uma «democracia cultural baseada no acesso das massas populares à criação e fruição da cultura e na liberdade e apoio à produção cultural».




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