«Sondagens», cada vez pior!

Carlos Gonçalves

Em teoria é possível uma sondagem eleitoral séria, mas resultaria numa previsão datada da tendência de voto, no intervalo da margem de erro (3 a 5%!), e isto se fossem cumpridas as «normas técnicas» - pergunta clara, método aleatório, amostra dimensionada e estratificada, no plano geográfico, social, etário, de género e voto anterior, inquirição fiável, leitura da abstenção, dos não respondentes e indecisos conforme à realidade. Mas, de facto, nestas eleições, esta hipótese é residual, pelas dificuldades objectivas e porque ninguém compra.

O que faz negócio é esta proliferação de «sondagens» (com aspas), aí o mercado funciona. São os grupos económico-mediáticos, lobbies e forças da política de direita que compram «painéis» e estudos a empresas conexas. Mais que conhecer a realidade, visam criar condições para os resultados que lhes interessam.

Para estes players«as sondagens votam». Com amostras, perguntas e conclusões inconsistentes, criam números ficcionais que, mil vezes repetidos nos média dominantes, se transformam em «evidências», de quem já ganhou ou perdeu, em «fake news» e votações manipuladas.

Esta semana, o «líder» do CDS queixou-se de uma sondagem «feita à medida de quem manda», em tempos, Santana Lopes escreveu que «as sondagens são uma perversão do sistema político», «influenciam de modo determinante o sentido de voto dos cidadãos» - verdades de quando se zangam, porque o grande capital decidiu trocar de peões, por um sucedâneo, ou por um novo chefe da política de direita.

De facto, isto está cada vez pior, muitas «sondagens» não têm a ver com as presidenciais, mistificam, visam segurar o Presidente Sousa, ou promover o PS, o PSD, os cucos e os projectos fascizantes.

Aqui e agora, avança a candidatura de João Ferreira, no esclarecimento e na luta, com coragem e confiança, um horizonte de esperança.




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