Eleições para Presidente da República. Uma tarefa de toda a organização do Partido

Vladimiro Vale (Membro da Comissão Política)

Os planos para a sub­versão do re­gime de­mo­crá­tico as­sumem um ca­rácter es­tra­té­gico para os sec­tores re­ac­ci­o­ná­rios. Não é de es­tra­nhar. A Cons­ti­tuição da Re­pú­blica Por­tu­guesa, apesar de su­jeita a algum em­po­bre­ci­mento nas su­ces­sivas re­vi­sões, con­tinua a conter em si raízes que a ligam aos va­lores de Abril.

A can­di­da­tura de João Fer­reira dá corpo às res­postas de que o País pre­cisa

A Cons­ti­tuição não é um texto neutro, contém em si as bases que per­mitem a im­ple­men­tação de um pro­jecto de de­sen­vol­vi­mento de­mo­crá­tico e pa­trió­tico para o nosso País.

Num quadro em que se aposta na ins­ta­lação do medo para fo­mentar a dis­po­ni­bi­li­dade dos tra­ba­lha­dores para aceitar as li­mi­ta­ções às li­ber­dades e di­reitos, em par­ti­cular à li­ber­dade sin­dical e à luta, a de­fesa dos va­lores de Abril torna-se fun­da­mental.

O dis­curso de João Fer­reira, cen­trado na Cons­ti­tuição, nas atri­bui­ções pró­prias do Pre­si­dente da Re­pú­blica, na abor­dagem dos pro­blemas con­cretos dos tra­ba­lha­dores e do povo e nas pro­postas para lhes dar res­posta, des­taca-se de todas as ou­tras can­di­da­turas.

Uma can­di­da­tura dos Va­lores de Abril.
Uma can­di­da­tura in­subs­ti­tuível.

A cla­reza com que a can­di­da­tura de­fende os tra­ba­lha­dores, a forma como as­sume o com­pro­misso com a de­fesa do Ser­viço Na­ci­onal de Saúde contra o saque dos grupos pri­vados ou de­fende os ser­viços pú­blicos e as fun­ções so­ciais do Es­tado, afronta os grandes in­te­resses e o seu pro­jecto de ex­plo­ração dos tra­ba­lha­dores e do povo. A de­ter­mi­nação com que está ao lado dos pe­quenos e mé­dios em­pre­sá­rios e agri­cul­tores, dos pes­ca­dores e ou­tras ca­madas la­bo­ri­osas, re­cu­sando a sub­missão ao poder eco­nó­mico, é um en­trave para aqueles que urdem planos a 10 000 anos. Não é pois de es­tra­nhar a ocul­tação, a de­tur­pação e a ca­ri­ca­tura cons­tante da can­di­da­tura. O que im­plica que tra­ba­lhemos na mo­bi­li­zação de toda a or­ga­ni­zação do Par­tido, de todas as forças, dos de­mo­cratas e pa­tri­otas para o es­cla­re­ci­mento, mo­bi­li­zação e afir­mação da can­di­da­tura de João Fer­reira, dos seus ob­jec­tivos as­so­ci­ados à re­so­lução dos pro­blemas con­cretos dos tra­ba­lha­dores, do povo e do País.

São no­tó­rios, em muitos lo­cais e sec­tores, os avanços na re­colha de apoios à can­di­da­tura. Existem po­ten­ci­a­li­dades para ainda ir muito longe nos pró­ximos dias. É fun­da­mental es­ti­mular a que cada apoi­ante faça a sua pró­pria di­vul­gação de apoio por meios pró­prios e que seja ele pró­prio agente de mo­bi­li­zação e es­cla­re­ci­mento.

Ocupar a rua. Ta­refa de todos.

Con­tactar, con­quistar voto a voto, dis­tri­buir a pro­pa­ganda, com es­pe­cial atenção às em­presas e lo­cais de tra­balho, a co­locar a pro­pa­ganda vi­sual são ta­refas fun­da­men­tais. A or­ga­ni­zação de cen­tros de con­tacto com todos os mi­li­tantes e a pre­sença de som de rua em lo­ca­li­dades e à porta de em­presas as­sume, nestas cir­cuns­tân­cias, uma im­por­tância acres­cida, assim como todos os as­pectos de or­ga­ni­zação e fis­ca­li­zação do acto elei­toral.

Alargar con­tactos. Chegar mais longe.

O re­sul­tado não está fe­chado. Há muito ca­minho a per­correr. É ne­ces­sário trans­formar mi­li­tantes e apoi­antes em di­na­mi­za­dores, afir­mando que é ne­ces­sário re­correr a todos os meios para po­ten­ciar o con­tacto di­recto, a con­versa e o es­cla­re­ci­mento, trans­mi­tindo con­fi­ança de que é a can­di­da­tura de João Fer­reira que dá corpo às res­postas que o País pre­cisa – com­bater a po­lí­tica de di­reita, com­bater pro­jectos xe­nó­fobos e re­ac­ci­o­ná­rios, con­cre­tizar a Cons­ti­tuição da Re­pú­blica Por­tu­guesa com tudo o que ofe­rece de res­posta aos pro­blemas do País.

Vamos ao tra­balho!




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